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Seita russa manteve crianças escondidas por mais de 10 anos

Algumas crianças da seita quase não tinham visto a luz do dia e viviam sem contar com os serviços básicos mínimos, incluindo educação e saúde

Seita muçulmana russa manteve 15 crianças sob a terra durante mais de dez anos (Uriel Sinai/Getty Images)

Seita muçulmana russa manteve 15 crianças sob a terra durante mais de dez anos (Uriel Sinai/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 10h43.

Moscou - Uma seita muçulmana da Rússia, cujos membros foram acusados nesta quinta-feira de maus-tratos infantis, manteve durante mais de dez anos sob a terra 15 crianças em uma casa de Kazan, capital da república russa da Tartária.

Algumas crianças da seita quase não tinham visto a luz do dia e viviam sem contar com os serviços básicos mínimos, incluindo educação e saúde, em uma comunidade que se definiu a si mesma como "um Estado com suas próprias normas", segundo a imprensa digital russa.

O chefe de Polícia de Kazan, Ranis Bakhitov, revelou ao "Primeiro Canal" da televisão estatal russa que pelo menos 15 crianças foram localizadas em esconderijos construídos em oito níveis subterrâneos sob uma casa dos arredores dessa cidade.

"Os esconderijos foram construídos em forma de labirinto, com quartos de seis metros quadrados", explicou Bakhitov.

O imóvel, sob cujo solo foram encontrados 30 quartos nos quais 60 pessoas viviam de forma permanente e pelo menos há dez anos, pertencia a Faizrakhman Sattarov, líder de uma seita que tinha formado em meados da década de 90.

Os menores de idade foram levados a hospitais da região em companhia de seus pais, que seguramente serão privados em breve da custódia de seus filhos, algo que já foi pedido pelas autoridades russas à Justiça.

"O estado das crianças é satisfatório. Todos tinham sido alimentados (na seita), embora estivessem muito sujos", assinalou a diretora da unidade infantil do Hospital Nº 18 de Kazan, Tatiana Moroz.

As autoridades russas, que averiguam os membros da seita por maus-tratos de menores, acusaram formalmente quatro deles pelo crime.

Além disso, acusam seu líder de recrutar crianças e adultos, obrigá-los a cumprir suas ordens e entregar-lhe todos seus recursos financeiros, único sustento material do grupo, segundo fontes da investigação.

"Sattarov proibia os membros da seita de comparecer a centros de saúde e receber qualquer ajuda médica. Proibia as crianças em idade escolar de estudar, violando assim os direitos constitucionais dos cidadãos à educação e à saúde", disse a ajudante do promotor de Kazan, Irina Petrova.

A Polícia, durante a revista da casa de Sattarov, também confiscou literatura de conteúdo supostamente extremista que será investigada pelas autoridades russas.

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