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Seis morrem em manifestações na Síria

Desde que começou a violência em março de 2011, as autoridades impõem rígidas restrições ao acesso dos jornalistas e trabalhadores humanitários

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, pediu que a mobilização continue para derrubar o presidente Bashar al-Assad (AFP)

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, pediu que a mobilização continue para derrubar o presidente Bashar al-Assad (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2012 às 18h14.

Damasco - Dezenas de milhares de sírios protestaram nesta sexta-feira para por à prova o compromisso do regime de respeitar o plano de paz internacional, mas o cessar-fogo, já precário, foi novamente ameaçado pela morte de seis civis em ataques das forças do governo.

Depois da entrada em vigência da trégua, na quinta-feira de manhã, os registros marcam, no entanto, uma clara diferença em relação aos últimos dias, quando os mortos eram contados diariamente em dezenas.

A favor da trégua, a comunidade internacional examina o envio de observadores para monitorar a aplicação no terreno do plano do emissário internacional Kofi Annan, que pediu nesta sexta um "acesso humanitário" à Síria.

Desde que começou a violência em março de 2011, as autoridades impõem rígidas restrições ao acesso dos jornalistas e trabalhadores humanitários, impedindo a verificação das informações por meio de fontes independentes.

Os militantes e a oposição disseram que queriam fazer desta jornada com o lema "A Revolução para todos os sírios" uma prova para o regime, que durante mais de um ano tentou esmagar a onda de contestação de forma sangrenta.

"No momento em que as tropas estiverem obrigadas a aliviar a pressão, os sírios poderão decidir por eles mesmos se vão se juntar ou não a esta revolução popular", considerou Karim Bitar, pesquisador especialista em Oriente Médio.

O plano de seis pontos de Kofi Annan prevê, além disso, o fim das hostilidades, a retirada do Exército das cidades e o "direito de se manifestar pacificamente". Apesar disso, Damasco lembrou que qualquer manifestação deve ser previamente autorizada.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, pediu que a mobilização continue para derrubar o presidente Bashar al-Assad.


"O povo quer a queda do regime" e "vamos ver as promessas de Asad de cessar-fogo" gritavam os manifestantes, chamando o Exército sírio de "traidor", de acordo com vídeos publicados na internet pelos militantes.

Várias correntes da oposição rejeitam qualquer diálogo com Damasco até a saída de Assad, o que suscita temores entre os analistas de que o plano Annan só se limite a seu aspecto militar, sem um real diálogo político.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou a respeito da morte de quatro manifestantes pelas mãos das forças do regime em Hama (centro), cenário de gigantescas manifestações em meados de 2011, de um nas imediações de Damasco e de outro em Homs (centro).

Além disso, dois militares foram mortos em Hama e em Aleppo (norte).

Combates com armas pesadas foram registrados de manhã perto da fronteira com a Turquia, segundo o OSDH.

Na quinta-feira, Kofi Annan disse ao Conselho de Segurança da ONU que tecnicamente, Damasco não tinha respeitado seu plano, mas que o frágil cessar-fogo era uma "possibilidade a ser aproveitada", enquanto o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse querer "enviar uma equipe de observadores o mais rápido possível".

O projeto de resolução discutido nesta sexta-feira no Conselho de Segurança prevê o envio de uma equipe de observadores "quando possível" de "10 a 12 pessoas", explicou Ahmad Fawzi, porta-voz de Annan.

O texto, do qual a AFP obteve uma cópia, "exige também que o governo sírio retire suas tropas e suas armas pesadas das aglomerações urbanas e ordene o aquartelamento de tropas".

Os ministros das Relações Exteriores do G8 exigiram uma ação "imediata" para enviar observadores à Síria.

Desde março de 2011, os episódios de violência deixaram mais de 10.000 mortos, segundo o OSDH, e obrigaram milhares de sírios a fugir para os países vizinhos.

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