Mundo

Seis jornalistas detidos no escândalo das escutas ilegais

As prisões são parte da investigação do escândalo das escutas telefônicas no extinto tabloide britânico News of the World


	O magnata Rupert Murdoch e Rebekah Brooks, ex-diretora do News of the World, 10 de julho, 2011, em Londres
 (AFP)

O magnata Rupert Murdoch e Rebekah Brooks, ex-diretora do News of the World, 10 de julho, 2011, em Londres (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 12h09.

Londres - A polícia britânica anunciou nesta quarta-feira a prisão de seis jornalistas em conexão com "uma nova linha de investigação" do escândalo das escutas telefônicas no extinto tabloide britânico News of the World.

A Scotland Yard anunciou em um comunicado que identificou uma "nova suposta conspiração para interceptar mensagens de voz" por parte de funcionários do jornal em 2005 e 2006, diferente da que terminou com uma série de acusações formais e com um julgamento previsto para setembro.

"Como parte das novas linhas de investigação, seis pessoas foram presas nesta manhã como suspeitas de conspiração para interceptar comunicações telefônicas", disse o comunicado.

São três homens e três mulheres, de 36 a 46 anos, que "são jornalistas ou ex-jornalistas", afirma o texto, que não informa suas identidades.

Dois dos detidos agora trabalham no jornal The Sun, propriedade do grupo de Rupert Murdoch, assim como o falecido semanário, segundo uma nota interna da direção do News International, que agrupa as publicações britânicas da News Corp., que vazou à imprensa britânica.

Oficialmente, no entanto, a News Internatinal não quis fazer comentários.

A polícia indicou que as seis pessoas, todas detidas no Reino Unido, com exceção de uma, presa em Cheshire (noroeste da Inglaterra), estão sendo interrogadas em diversas delegacias e que seus agentes realizavam inspeções em vários locais.


Os investigadores apontam, por sua vez, que "em seu devido tempo falarão com as supostas vítimas destas escutas".

O News of the World, que precisou ser fechado em julho de 2011 devido ao escândalo das escutas, é acusado de ter grampeado desde 2000 as mensagens de voz dos telefones de 800 pessoas, incluindo famosos, políticos e membros da família real, mas também vítimas de crimes, para tentar obter exclusivas.

A primeira investigação sobre as escutas, iniciada em 2006, terminou no ano seguinte com penas de vários meses de prisão para um jornalista e um detetive funcionários do jornal. Mas, após novas revelações, a Scotland Yard decidiu reabrir a investigação no início de 2011.

Entre os acusados que serão julgados em junho, figuram dois ex-protegidos de Murdoch, o ex-diretor do News of the World e ex-chefe de comunicação do primeiro-ministro David Cameron, Andy Coulson, e a ex-diretora do Sun e ex-chefe do News International, Rebekah Brooks.

Ambos serão acusados em conexão com as escutas e com uma investigação paralela sobre os supostos subornos a policiais e a outros funcionários públicos.

Devido ao escândalo, o governo encarregou o juiz Brian Leveson de realizar uma análise independente sobre as práticas e a ética da imprensa.

Em seu relatório, publicado em novembro, recomendou a criação de um órgão regulador independente da imprensa escrita apoiado por uma legislação, que está atualmente sendo discutido.

*Matéria atualizada às 13h08

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEscuta ilegalEuropaNews Corp.Países ricosPrisõesReino Unido

Mais de Mundo

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz

Na China, diminuição da população coloca em risco plano ambicioso para trem-bala

Rússia diz ter certeza de que os EUA 'compreenderam' a mensagem após ataque com míssil