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Segundo turno na França deve consolidar liderança de Macron

O partido do novo presidente francês, "A República em Marcha", aparece à frente nas pesquisas de segundo turno das eleições legislativas

Emmanuel Macron: apoio no legislativo facilitaria ao novo presidente cumprir com as reformas prometidas (Philippe Laurenson/ Reuters/Reuters)

Emmanuel Macron: apoio no legislativo facilitaria ao novo presidente cumprir com as reformas prometidas (Philippe Laurenson/ Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de junho de 2017 às 10h24.

Paris - Os eleitores franceses voltaram às urnas neste domingo na rodada final das eleições legislativas que podem consolidar o poder do presidente recentemente eleito, Emmanuel Macron, uma vez que seu partido novato, o "A República em Marcha" (REM), aparece nas pesquisas derrotando seus principais rivais.

Institutos de pesquisa de opinião pública dizem que, após o desempenho dominante no primeiro turno da semana passada, o REM poderia conquistar até 450 lugares neste domingo, dos 577 assentos da Assembleia Nacional francesa.

O partido de Macron tem 513 candidatos para 573 cadeiras. Quatro já foram conquistadas no primeiro turno do último domingo. Se o efeito rolo compressor continuar para o partido de Macron - que tem metade de seus candidatos mulheres e a outra metade de políticos novos -, a França terá uma Câmara de representantes como poucas, cumprindo o desejo do presidente de renovar uma classe política dominada por políticos de carreira, com diversos casos de corrupção e perda de credibilidade.

O forte mandato também daria ao presidente de 39 anos mais liberdade para avançar rapidamente na legislação prometida, nomeadamente uma mudança das leis trabalhistas para facilitar contratações e demissões.

Essa perspectiva preocupa tanto os rivais quanto alguns eleitores, e torna a taxa de participação deste segundo turno uma questão crítica. Uma taxa de participação saudável pode atenuar a esperada vitória do partido de Macron. Menos da metade dos 47,5 milhões de eleitores foram votar no domingo passado, uma baixa recorde que castigou especialmente o Partido da Frente Nacional, de Marine Le Pen, derrotada por Macron na disputa pela presidência.

Os candidatos do partido conservador, Os Republicanos, devem formar o maior grupo de oposição, com 70 a 110 assentos, de acordo com as pesquisas, enquanto os demais partidos dividiram os assentos restantes. Os socialistas, que dominaram a última Assembleia, com 314 assentos, foram pressionados pela impopularidade do ex-presidente Francois Hollande, e podem ficam com apenas 20 assentos.

A preocupação de que as vozes da oposição possam ser silenciadas, e o pluralismo alegadamente diminuído, por uma enorme legislatura pró-Macron se refletiram em uma pesquisa publicada na quinta-feira, sugerindo que mais de metade dos entrevistados esperavam que a segunda rodada "corrigisse a primeira rodada com uma menor grande maioria do que o esperado".

"Esta é a França, e não a Rússia", disse o candidato de extrema esquerda Jean-Luc Melenchon na última sexta-feira. "Nós nos encontraremos com menos representantes da oposição do que na Rússia." Melenchon é conhecido por suas palavras audaciosas, mas sua colocação ressaltou a preocupação com um eventual todo-poderoso Macron que, segundo Melenchon, "vai acabar acreditando que anda sobre a água".

Eleitores franceses já entregaram a ex-presidentes grandes maiorias no Parlamento, mas o que é diferente desta vez é que o partido de Macron está se separando - e, portanto, enfraquecendo - a oposição. O partido de Melenchon também foi atingido com força pela baixa participação na eleição, mas sua aliança com o Partido Comunista Francês poderia acabar dando-lhes mais assentos do que a Frente Nacional de Le Pen - mesmo que o partido dela receba mais votos. O sistema de votação castiga partidos sem aliados, como a Frente Nacional. Espera-se que o partido vença apenas um punhado de assentos apesar do terceiro lugar do primeiro turno.

Fonte: Associated Press

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