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Mais de 20 mil funcionários dos EUA se inscreveram em programa de demissão, diz agência

Governo Trump crê que proposta ajudaria a reduzir força de trabalho em 10%; funcionários federais têm até quinta para aceitar a oferta, que garante salários pagos até setembro

funcionários federais têm até quinta para aceitar oferta (Jim WATSON/AFP)

funcionários federais têm até quinta para aceitar oferta (Jim WATSON/AFP)

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 15h30.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 15h50.

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Mais de 20 mil funcionários, cerca de 1% da força de trabalho federal dos Estados Unidos, se inscreveram para uma oferta de demissão em troca de um acordo, segundo a agência Bloomberg.

O plano faz parte da agenda de cortes de Elon Musk, que promete reduzir custos e reformular a administração federal americana. O empresário espera que a medida elimine até 10% da força de trabalho federal, de 2,3 milhões de servidores.

A proposta, que pode ser aceita até quinta-feira, 6, estabelece que eles deixem seus empregos até o final de fevereiro, tendo salários garantidos até o final de setembro. Eles também precisam concordar em não processar o governo.

Uma pessoa próxima a Musk, ouvida pelo The Wall Street Journal, comparou o presidente-executivo da Tesla a Dick Cheney, vice-presidente durante o governo George W. Bush, considerado a pessoa mais poderosa para ocupar o cargo devido ao seu acesso ao presidente e seu conhecimento de como o governo federal operava. Fontes do governo ouvidos pelo New York Times afirmam que Musk é visto como alguém que opera com um nível de autonomia que quase ninguém pode controlar.

Ele recebeu de Trump o comando do Serviço Digital dos Estados Unidos (USDS, na sigla em inglês), criado em 2014 para atualizar e organizar os serviços online do governo americano — rebatizado como Serviço Doge dos EUA. A equipe, em pouco mais de duas semanas, ganhou acesso aos sistemas do Departamento de Recursos Humanos do governo federal e ao sistema de pagamento do Tesouro, uma ferramenta poderosa para monitorar e limitar os gastos do governo.

O empresário fez tudo isso sem se afastar de suas funções na rede social X, na Tesla e na Space X. De acordo com apuração do Wall Street Journal, ele foi designado como “funcionário especial do governo”, um status temporário, que o permite trabalhar na Casa Branca por 130 dias sem preencher formulários de divulgação financeira.

Trump também concedeu a Musk poder sobre a burocracia que regula suas próprias empresas e concede contratos a elas. O bilionário também tem peso nas decisões de indicações políticas, tendo apontado Troy Meink como secretário da Força Aérea, de acordo com três pessoas com conhecimento direto da função. Meink chefiou anteriormente um escritório do Pentágono, que ajudou Musk a garantir um contrato multibilionário para a SpaceX ajudar a construir e implantar uma rede de satélites espiões para o governo federal.

Não há precedente de um funcionário do governo com a quantidade de possíveis conflitos de interesse de Musk, que possui participações nacionais e conexões estrangeiras, como relações comerciais na China. E não há precedente para alguém que não seja um funcionário em tempo integral ter tal capacidade de remodelar a administração federal. Trump, porém, garante que essa é uma situação que está sob controle.

"Se houver um conflito [de interesses], não o deixaremos chegar perto", disse Trump, sem detalhar quem exatamente bloquearia Musk quando necessário, ou se ele foi impedido de atuar em qualquer parte do governo até agora.

*Com O Globo.

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