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Secretário-geral eleito da OEA quer volta de Cuba ao órgão

Ex-chanceler uruguaio foi eleito secretário-geral da OEA nas eleições realizadas em março e substituíra José Manuel Insulza


	Luis Almagro: "A entrada de Cuba é um imperativo para a OEA e propusemos uma agenda de trabalho a partir do dia 26 de maio"
 (Daniel Caselli/AFP)

Luis Almagro: "A entrada de Cuba é um imperativo para a OEA e propusemos uma agenda de trabalho a partir do dia 26 de maio" (Daniel Caselli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 09h48.

Montevidéu - O secretário-geral eleito da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, disse nesta quinta-feira (data local) que a entrada de Cuba "é um imperativo" para entidade e que irá propor "uma agenda positiva de trabalho" com o governo da ilha para concretizar a reintegração.

"A entrada de Cuba é um imperativo para a OEA e propusemos uma agenda de trabalho a partir do dia 26 de maio, para termos instâncias de diálogo que nos permitam ir resolvendo os principais problemas", afirmou Almagro.

O ex-chanceler uruguaio foi eleito secretário-geral da OEA nas eleições realizadas em março e substituíra José Manuel Insulza, que ficou dez anos no cargo, no próximo dia 26 de maio.

A OEA é a única entidade regional que reúne todos os países do continente, com a exceção de Cuba, suspensa da instituição em 1962.

Conseguir a reintegração cubana é um dos objetivos de Almagro durante seu mandato. Para isso, ele tratará de elaborar uma "agenda positiva", consultando todos os membros do bloco sobre os passos a serem dados.

"Cuba tem sua suspensão revogada desde 2009 e tem todas as possibilidades para retornar quando melhor entender. Isso não pode ser feito sem uma agenda, uma discussão bilateral para ver se é possível curar as feridas que a OEA ocasionou ao país durante várias décadas", destacou o próximo secretário-geral da entidade.

Almagro não quis fornecer detalhes sobre os temas concretos que serão discutidos porque "quando se quer concluir de forma positiva uma agenda, as conversas têm que ser mais reservadas o possível".

As declarações sobre Cuba foram os pontos principais da conferência "Perspectivas de uma nova OEA" realizada por Almagro em Montevidéu. Durante a conversa, ele disse que a organização tem que "sanar completamente os ferimentos do passado" e as consequências de algumas políticas relacionadas com golpes de Estado e ditaduras.

"A OEA fez um esforço importante para adotar sair desta visão negativa e agora opta por um olhar estratégico baseado nos pilares fundamentais da democracia, direitos humanos, desenvolvimento integral e segurança", afirmou o dirigente eleito.

"A OEA deve possuir ferramentas para prever eventuais crises que possam ocorrer na região, gerando uma força de democratização continental, eliminando desigualdades e promovendo mais direitos para mais pessoas", defendeu.

Almagro se comprometeu a fortalecer o papel da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e pediu que a Venezuela voltasse a integrar a OEA, da qual saiu voluntariamente em 2012.

Além disso, o secretário-geral eleito da entidade anunciou a criação de um Sistema Interamericano de Prevenção de Conflitos Sociais, permitindo a integração da sociedade civil com empresas e os governos do continente.

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