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Para ONU, crise venezuelana ganhou dimensões globais

A ONU se colocou a disposição para mediar o diálogo entre o governo Maduro e a oposição

Protestos na Venezuela contra o governo Maduro (Manaure Quintero/Reuters)

Protestos na Venezuela contra o governo Maduro (Manaure Quintero/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 13h52.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2019 às 14h39.

Genebra - Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos da ONU, afirma que a crise na Venezuela ganhou uma "dimensão global" e pede que os países da região continuem a receber os refugiados e imigrantes do país sul-americano e combater a xenofobia.

Sem entrar em detalhes sobre a situação política entre Juan Guaidó e Nicolás Maduro, a ex-presidente do Chile ainda assim indicou que está "preocupada" com a situação. Segundo Bachelet, trata-se de uma crise que "ganhou dimensões regionais e até globais". Sua declaração foi feita numa reunião que ocorre na tarde desta segunda-feira na sede da ONU, em Genebra.

Nos últimos dias, os governos da China, Rússia, África do Sul e Turquia atacaram as iniciativas de países ocidentais que retiraram seus respectivos apoios ao reconhecimento da presidência de Nicolas Maduro. Nesta segunda-feira, depois de dar um ultimato de oito dias, diversos governos europeus declararam seu reconhecimento a Guaidó e pediram a realização de eleições.

Bachelet ainda destaca o fato de que, com 3,3 milhões de venezuelanos no exterior, a crise exige que os demais países da região mantenham suas fronteiras abertas e que continuem a lutar contra a xenofobia. Segundo ela, esse fluxo é "sem precedentes" na história recente da América Latina.

Seu recado, porém, ocorre dias depois de incidentes envolvendo imigrantes venezuelanos alvo de ataques xenófobos na Colômbia e Equador.

Bachelet informou que, no dia 20 de março, um novo informe com uma atualização da situação venezuelana, será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

A delegação da Venezuela usou a reunião na ONU para denunciar "o assédio imperial" que está sofrendo e insiste que Maduro lidera um governo "humanista" e que tem "a proteção de direitos humanos" como um princípio.

Caracas ainda denuncia a existência de uma suposta "campanha de imprensa para a satanização" do regime da Venezuela. "O império americano quer se apropriar de nossos recursos e da capacidade de darmos uma renda para a população", denunciou.

A delegação ainda insistiu para que Bachelet faça uma viagem para a Venezuela para que "o mundo conheça a realidade de direitos humanos". Não há, por enquanto, uma definição sobre a viagem, já que Bachelet apenas iria se tivesse a liberdade de visitar a oposição e a sociedade civil.

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