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Secretário dos EUA viaja pela América para discutir imigração

Mike Pompeo, secretário de Estado do país, visitará Argentina, Equador, El Salvador e México para se aproximar dos governos e discutir imigração

Mike Pompeo: antes da eleição de 2020, o governo de Donald Trump quer garantir avanços na pauta de imigração, reduzindo o fluxo de pessoas na fronteira sul do país (Yuri Gripas/Reuters)

Mike Pompeo: antes da eleição de 2020, o governo de Donald Trump quer garantir avanços na pauta de imigração, reduzindo o fluxo de pessoas na fronteira sul do país (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2019 às 06h38.

Última atualização em 19 de julho de 2019 às 07h22.

Os Estados Unidos voltam os olhos para a América Latina (ao menos por uns dias). Entre 19 e 21 de junho, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, fará sua quarta visita à região. Nesta sexta-feira, 19, ele se encontra com o presidente argentino Mauricio Macri em Buenos Aires para discutir contraterrorismo.

Depois, segue para Guaiaquil, no Equador, para a Cidade do México e San Salvador, onde a política imigratória deverá ser o centro das conversas.

Em Buenos Aires, além do encontro com Macri, Pompeo terá reuniões bilaterais com os ministros de Relações Exteriores do Chile, Teodoro Ribera, e das Bahamas, Darren Henfield.

Na sexta-feira, o secretário norte-americano participará também de uma homenagem às vítimas do atentado à Amia (associação israelita argentina), que aconteceu há 25 anos e, segundo a Justiça argentina, provavelmente foi organizado pelo grupo libanês Hezbollah junto com o governo do Irã.

Como o governo de Donald Trump tem tido dificuldades para obter apoio contra os iranianos entre seus aliados europeus tradicionais, a aproximação com Macri neste tema parece uma boa oportunidade política para os EUA.

Depois, Pompeo seguirá para o Equador, onde se encontrará com o presidente Lenín Moreno no sábado, 20. A administração norte-americana quer agradecê-lo por seu “grande trabalho” para consolidar a relação entre os dois países, diferenciando-se de seu antecessor, Rafael Correa.

Em abril, Moreno retirou o asilo diplomático que o Equador concedia a Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que morou sete anos na embaixada do país em Londres. O secretário norte-americano também quer conhecer mais sobre as políticas que o Equador adota para receber os milhões de refugiados venezuelanos que vivem no país.

Na domingo, 21, o norte-americano irá para a San Salvador, capital de El Salvador, onde tem encontro marcado com o presidente Nayib Bukele, que acaba de assumir o governo.

Em sinal de aproximação, Pompeo quer estender um contrato de arrendamento para uso de instalações no aeroporto internacional de El Salvador por parte dos Estados Unidos. O governo norte-americano usa a infraestrutura para suas operações contra tráfico de drogas.

Também espera-se que ele discuta a questão imigratória com Bukele. Ao lado da Guatemala e de Honduras, El Salvador é uma das três principais origens dos milhares de migrantes que chegam à fronteira dos EUA com o México.

No começo da semana, Pompeo, enquanto falava sobre a viagem para El Salvador, defendeu o corte feito por Trump a um fundo norte-americano destinado a esses três países da América Central.

O governo de Trump, antes da eleição de 2020, quer ter algum avanço concreto nas medidas de imigração, um tema caro ao seu eleitorado.

No domingo, o secretário de estado dos Estados Unidos encontrará com o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard. A visita à capital do México acontece no final do prazo de 45 dias que o governo norte-americano deu ao país para reduzir o fluxo migratório na fronteira.

Com o fim do tempo, talvez Pompeo insista para que o país adote um termo de “país seguro”, o que o obrigaria a asilar os migrantes da América Central que cruzam seu território em direção aos Estados Unidos.

Em 15 de julho, Trump editou uma norma que restringe que os imigrantes que chegarem pelo México solicitem asilo ao governo norte-americano. Publicamente, o governo de Andrés Manuel López Obrador rejeitou a medida e deixou claro que a regra não afetará o México.

Se nenhum acordo for estruturado, os Estados Unidos pelo menos terão dado um passo a mais no processo de retomada de influência sobre os governos da América Latina.

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