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Secretário dos EUA viaja com foco em segurança e comércio

Essa é a primeira viagem de Kerry desde a assinatura do acordo nuclear entre Irã e o Grupo 5+1


	Essa é a primeira viagem de Kerry desde a assinatura do acordo nuclear entre Irã e o Grupo 5+1
 (Yuri Gripas/Reuters)

Essa é a primeira viagem de Kerry desde a assinatura do acordo nuclear entre Irã e o Grupo 5+1 (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2015 às 15h15.

Washington - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, inicia neste sábado uma viagem mundial focada em promover o acordo nuclear com o Irã, aproximar os laços de segurança com aliados árabes importantes, conversar sobre a situação na Síria e impulsionar o pacto comercial da Aliança de Associação Transpacífica (TPP).

O Egito, onde Kerry já chegou, será a primeira parada de uma viagem que vai durar até o dia 8 de agosto e também o levará a países como Catar, Cingapura, Malásia e Vietnã.

Essa é a primeira viagem de Kerry desde a assinatura do acordo nuclear entre Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França, mais Alemanha) em 14 de julho, e servirá como encerramento a duas semanas de longas reuniões de Kerry e outros funcionários americanos para vender o pacto ao Congresso americano.

Kerry se reunirá durante a viagem com os representantes das monarquias sunitas do Golfo Pérsico, mas não visitará Israel, o outro grande aliado crítico em relação ao acordo nuclear recém-assinado.

O porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Mark Toner, disse na segunda-feira que a exclusão de Israel da viagem não foi por nenhum motivo "deliberado" além da extensão do percurso e que Kerry mantém uma "comunicação constante" com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o acordo com o Irã.

A primeira parada de Kerry será Cairo, onde neste domingo presidirá o Diálogo Estratégico bilateral junto ao ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry.

Esse mecanismo bilateral, que inclui conversas sobre assuntos políticos, econômicos e de segurança, será realizado pela primeira vez após vários anos congelado pelas tensões bilaterais geradas pelo golpe militar contra o presidente Mohammed Mursi em 2013 e a repressão dos protestos islamitas.

Embora essas tensões ainda não tenham se dissiparam por completo, os Estados Unidos desbloquearam recentemente a entrega da ajuda militar ao Egito, suspensa em 2013 por preocupações sobre direitos humanos, e nesta semana concedeu oito caças de combate F-16 ao exército egípcio.

O reatamento da ajuda militar se deve sobretudo à guerra que o Egito trava com jihadistas na Península do Sinai, onde se estabeleceu o braço egípcio do grupo Estado Islâmico (EI).

No entanto, um grupo de senadores pediu para Kerry fazer dos direitos humanos um "elemento central" de sua visita ao Egito.

Um possível sinal de que isso será feito é a participação no diálogo estratégico do representante dos direitos humanos do Departamento de Estado, Tom Malinowski, e outro foi a reunião que ocorreu na quinta-feira entre Kerry e Mohammed Soltan, um americano libertado em maio após passar um ano na prisão no Egito.

Na reunião com Soltan, preso por participar de protestos vinculados à Irmandade Muçulmana, Kerry garantiu que continuará a defender "a importância de diferenciar a dissidência pacífica e o extremismo violento na luta contra o terrorismo", segundo o Departamento de Estado.

Na segunda-feira, Kerry se reunirá em Doha, no Catar, com os ministros das Relações Exteriores do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), integrado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.

Os EUA enxergam a reunião como um seguimento da cúpula com o Golfo realizada em maio pelo presidente Barack Obama e como um esforço para convencer as monarquias de que o acordo com o Irã não ameaça seus interesses na região.

Na semana passada, Kerry afirmou que a Arábia Saudita, aliado mais importante de Washington no CCG, "disse que está preparada para apoiar o acordo (com o Irã) se acontecerem certas coisas", que o americano acredita que acontecerão, em uma aparente referência a um aumento da ajuda militar americana, possivelmente com mísseis Patriot.

Kerry também discutirá com o CCG sobre os avanços do EI no Iraque e Síria, e se reunirá em Doha com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, para falar sobre a guerra civil síria.

"Espero que possamos evoluir sobre algumas ideias que compartilhamos e com as quais estamos trabalhando sobre a Síria", afirmou Kerry há poucos dias sobre sua reunião com Lavrov, com quem também espera abordar a situação na Ucrânia.

Na terça-feira, Kerry chegará a Cingapura, onde se reunirá com o primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, e o ministro das Relações Exteriores, K. Shanmugam.

No mesmo dia, o chefe da diplomacia americana se dirigirá a Kuala Lumpur (Malásia), onde participará do Fórum Regional da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean); e entre os dias 6 e 8 de agosto visitará Hanói (Vietnã).

Tanto os Estados Unidos como Cingapura, Malásia e Vietnã negociam o tratado comercial TPP, que, caso seja concretizado, reunirá 12 nações que concentram 40% da economia mundial.

Essas negociações se encontram em um momento crítico após uma reunião de quatro dias no Havaí (EUA) entre os ministros de Comércio dos 12 países fechar sem acordo nesta sexta-feira. EFE

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