Mundo

Secretário dos EUA pede à China para usar 'sua influência' no Oriente Médio

Antony Blinken tenta impedir escalada de conflito no Oriente Médio

MUNICH, GERMANY - FEBRUARY 18: United States Secretary of State Antony Blinken speaks at the 2023 Munich Security Conference (MSC) on February 18, 2023 in Munich, Germany. The Munich Security Conference brings together defence leaders and stakeholders from around the world and is taking place February 17-19. Russia's ongoing war in Ukraine is dominating the agenda (Johannes Simon/Getty Images)

MUNICH, GERMANY - FEBRUARY 18: United States Secretary of State Antony Blinken speaks at the 2023 Munich Security Conference (MSC) on February 18, 2023 in Munich, Germany. The Munich Security Conference brings together defence leaders and stakeholders from around the world and is taking place February 17-19. Russia's ongoing war in Ukraine is dominating the agenda (Johannes Simon/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 12h31.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu, em telefonema neste sábado (14) com a China, parceira do Irã, que use sua influência para pressionar pela calma no Oriente Médio. 

Durante sua visita à Arábia Saudita, o secretário americano teve um telefonema "produtivo" de uma hora com o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

"Nossa mensagem foi que ele acha que é do nosso interesse compartilhado impedir que o conflito se espalhe", disse Miller à imprensa no avião que levava Blinken de Riade, na Arábia Saudita, para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

"Ele pensou que poderia ser útil, se a China pudesse usar sua influência", completou.

Pequim tem uma relação próxima com o Irã, cuja liderança clerical apoia tanto o Hamas, o grupo islâmico palestino que governa Gaza autor dos sangrentos ataques em Israel há uma semana, quanto o Hezbollah, o grupo militante libanês que poderia abrir uma segunda frente contra Israel.

Wang afirmou, por sua vez, que os Estados Unidos deveriam "desempenhar um papel construtivo e responsável, empurrando a questão de volta para o caminho de uma solução política o mais rápido possível", de acordo com uma nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores chinês.

China busca consenso

"Ao lidar com questões internacionais quentes, os principais países devem aderir à objetividade e à justiça, manter a calma e a moderação e assumir a liderança no cumprimento do direito internacional", frisou Wang.

O chanceler chinês declarou, ainda, que Pequim pediu "a convocação de uma reunião internacional de paz, o mais rápido possível, para promover a obtenção de um amplo consenso".

"A saída fundamental para a questão palestina está na implementação de uma 'solução de dois Estados'", ressaltou Wang.

As declarações oficiais da China sobre o conflito não mencionaram o Hamas, especificamente, em suas condenações da violência. Isso gerou críticas de algumas autoridades ocidentais, alegando que essas falas eram muito fracas.

Os Estados Unidos consideram a China seu principal adversário global, mas as duas potências têm trabalhado para estabilizar sua relação. Em junho, Blinken fez uma rara visita a Pequim.

Segundo o porta-voz Miller, o Oriente Médio é um exemplo de áreas onde as duas potências podem trabalhar juntas.

O telefonema incluiu uma discussão sobre as relações China-EUA, que têm sido fortemente tensas nos últimos anos por uma série de questões comerciais e geopolíticas espinhosas. Mas Wang sugeriu que há alguns sinais positivos.

"China e Estados Unidos fizeram, recentemente, uma série de contatos de alto nível, e as relações bilaterais parecem ter parado de escorregar e se estabilizaram", completou Wang.

"[Isso] foi bem-recebido pelos povos dos dois países e pela comunidade internacional", reforçou.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)ChinaIsraelPalestinaGuerras

Mais de Mundo

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional