O secretário disse que renunciou por conta das tentativas do Executivo de limitar o papel do Parlamento na contribuição ao resultado final (Dan Kitwood/Getty Images)
EFE
Publicado em 12 de junho de 2018 às 09h27.
Londres- O secretário de Estado de Justiça britânico, Phillip Lee, apresentou nesta terça-feira sua renúncia, horas antes de a Câmara dos Comuns debater a chamada lei do Brexit, que transfere a legislação comunitária ao corpo normativo britânico.
Lee, que votou pela permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) no referendo de junho de 2016, expôs em sua carta de renúncia que segue pensando que "continuar na UE teria sido o melhor rumo a seguir".
"Já não se pode voltar o relógio e é impossível retorno ao ponto que estávamos antes do referendo", reconheceu o político, para alegar que "se é preciso realizar o "brexit", é preciso fazer "bem " porque é "irresponsável" proceder como agora.
Lee explicou que a principal objeção que o levou a renunciar ao seu cargo radica no "desejo do Executivo de limitar o papel do Parlamento na contribuição ao resultado final".
Neste sentido, expressou o seu apoio à emenda ao texto legislativo que persegue garantir um voto significativo dos deputados sobre o futuro acordo.
Esta emenda será debatida, junto com outras 14 introduzidas pelos lordes, hoje e amanhã na Câmera dos Comuns.
Cláusulas que a primeira-ministra britânica, Theresa Mai, espera que sejam rechaçadas porque, segundo advertiu aos membros de sua formação, uma nova rebelião na Câmara Baixa na tramitação da lei do "brexit" solaparia sua posição negociadora perante Bruxelas.
O Partido Conservador não tem maioria absoluta nos Comuns, por isso que precisa do apoio dos dez deputados do norte-irlandês Partido Democrático Unionista (DUP).
A primeira-ministra está afrontando profundas divisões em seu gabinete sobre a futura relação do Reino Unido com a UE.
Assim, na quinta-feira aceitou, sob a pressão do ministro britânico para o "Brexit", David Davis, pôr uma data limite, até dezembro de 2021, ao plano de contingência para assegurar a invisibilidade da fronteira com a Irlanda depois do período de transição e até que haja um tratado definitivo.