O secretário de Comércio dos EUA tem uma fortuna de US$ 700 milhões (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de agosto de 2018 às 15h47.
Nova York - O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, foi acusado de desviar cerca US$ 120 milhões de sócios e ex-funcionários, de acordo com uma reportagem divulgada nesta terça-feira pela revista "Forbes".
"Se metade das acusações forem legítimas, o secretário pode estar entre os maiores trapaceiros da história do país", afirma a "Forbes", que estima a fortuna de "Ross" em US$ 700 milhões.
O autor da reportagem, Dan Alexander, ouviu 21 pessoas que trabalharam com o secretário de Comércio. Ele foi descrito como um "homem obsessivo com dinheiro e desligado dos fatos".
Muitas das fontes acusaram Ross de "desviar equivocadamente ou diretamente roubar milhões aqui ou milhões lá, enormes quantias para a maioria, mas não necessariamente para o secretário de Comércio". No total, o montante seria de US$ 120 milhões.
O caso mais recente é o de três executivos da companhia de investimentos privados WL Ross, fundada pelo secretário em 1997. Eles entraram com um processo em novembro de 2017 no qual cobram US$ 48 milhões de Ross em "taxas indevidas".
Ross declarou à revista que o caso "não tem fundamento" e também afirmou que a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que fiscaliza o mercado financeiro, nunca tomou medidas contra ele.
Apesar disso, a reportagem da "Forbes" revela uma multa de US$ 2,3 milhões que o órgão regulador impôs à empresa de Ross em 2016 por "fraudar e enganar" os investidores. Quando a punição foi determinada, a SEC também afirmou que a companhia do secretário reembolsou US$ 11,9 milhões que tinha tomado de seus sócios.
Ross também é acusado de roubar US$ 43 milhões da matriz WL Ross e da Invesco. Quatro ex-funcionários afirmaram que o processo está ligados a problemas que ocorreram sob a gestão do secretário.
A "Forbes" cita uma denúncia apresentada em 2005 por um ex-vice-presidente da WL Ross, que pedia de volta US$ 20 milhões que o agora secretário tentou lhe tirar. Ambos chegaram a um acordo, que, segundo ex-trabalhadores, subiu para US$ 10 milhões.
Em 2015, o "número dois" de WL Ross processou Ross em US$ 4 milhões também com alegações de que ele tentou roubá-lo. O caso foi encerrado com outro acordo confidencial firmado há duas semanas.