Matt Hancock: político admitiu ter descumprido as orientações de distanciamento social depois que fotos dele beijando uma assistente foram publicadas pelo jornal The Sun (Anadolu Agency/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 26 de junho de 2021 às 10h15.
Última atualização em 26 de junho de 2021 às 17h36.
O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, renunciou ao cargo após ser flagrado descumprindo as orientações de distanciamento social do país. Em uma carta ao primeiro-ministro Boris Johnson, o ex-secretário diz que o governo "deve às pessoas que sacrificaram tanto durante a pandemia ser honesto".
Hancock admitiu ter descumprido as orientações de distanciamento social depois que fotos dele beijando uma assistente foram publicadas pelo jornal The Sun. O ex-secretário afirmou que "decepcionou as pessoas" e que lamenta a situação. No texto ao primeiro-ministro, ele diz que "a última coisa que deseja é que sua vida privada seja uma distração para o foco que está tirando o país da crise".
"Eu aceito que quebrei a orientação de distanciamento social nessas circunstâncias. Eu decepcionei as pessoas, e lamento muito", disse Hancock, que tem 42 anos, é casado e pai de três filhos, em comunicado, segundo a BBC. "Continuo focado em trabalhar para tirar o país desta pandemia e ficaria grato em manter a privacidade de minha família neste assunto pessoal."
Nas imagens, o secretário aparece abraçado à Gina Coladangelo, que ele mesmo indicou ao cargo e também é casada. Desde que a história veio a público, o Partido Trabalhista pressiona o primeiro-ministro do país, Boris Johnson, a demitir Hancock, dizendo que a situação é "insustentável".
O governo britânico não criou nenhuma exigência legal sobre o distanciamento social em ambientes de trabalho, mas recomenda aos cidadãos que mantenham distância de pelo menos dois metros uns dos outros, ou um metro com medidas de mitigação de risco.
Segundo o The Sun, as fotos foram feitas dentro do Departamento de Saúde britânico, no início de maio de 2021, quando a Inglaterra estava no Estágio 2 das restrições sobre a pandemia, em que reuniões em ambientes fechados para fins de trabalho era permitido apenas quando "muito necessário".
Em maio do ano passado, o epidemiologista Neil Ferguson pediu demissão do grupo de consultoria científica do governo (Sage) depois de violar as regras do lockdown quando uma mulher com quem ele se relacionava foi flagrada em visita à sua casa. Na época, Hancock afirmou que as ações de Ferguson eram "absurdas" e que as regras de distanciamento social valiam "para todos" e eram "mortalmente sérias".