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Seca e suspensão de exportações russas encarecem cereais em até 80%

Relatório da ONU mostra que preço do trigo, por exemplo, subiu entre 60% e 80% em 2 meses

Seca na Rússia: colheita mundial de cereais em 2010 deve cair 1%, em relação a 2009 (Arquivo/AFP)

Seca na Rússia: colheita mundial de cereais em 2010 deve cair 1%, em relação a 2009 (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2010 às 18h22.

Roma - A seca nos países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e a suspensão das exportações russas elevaram os preços dos cereais em até em 80%, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês).

Este relatório, intitulado "Perspectivas de Colheitas e a Situação Alimentar", foi objeto de análise hoje na sede da FAO em Roma, em uma reunião convocada para discutir o preço dos cereais, segundo informações de fontes da agência da ONU.

A FAO explica no relatório que os preços dos cereais têm subido desde o início de julho, sobretudo o do trigo (que em setembro era de 60% a 80% mais caro do que em julho), embora o custo destes alimentos de primeira necessidade siga um terço abaixo dos valores mais altos registrados em 2008.

O preço do milho aumentou 40% em setembro com relação a julho, e o arroz subiu 7% em comparação com o valor de dois meses atrás.

O relatório da FAO explica que este aumento nos preços dos cereais se deve a uma redução no cultivo em consequência da seca nos países da CEI e da decisão da Rússia de suspender suas exportações, anunciada no dia 5 de agosto e que deve vigorar até o final do ano.

As últimas previsões da organização indicam que este ano a produção global de cereais será de 2,23 bilhões de toneladas, a terceira maior colheita já registrada e "adequada" para cobrir as necessidades de 2010/2011, mas 1 % inferior à de 2009.

Segundo estimativas da FAO, há 30 países no mundo que necessitam de ajuda internacional por conta da redução de sua produção agrícola. Destes, 21 ficam na África, oito na Ásia e só um na região da América Latina e Caribe: o Haiti, onde, segundo a organização, os "níveis de insegurança alimentícia seguem sendo mais altos do que antes do terremoto".

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