Mundo

Schulz cita Tratado de Lisboa e cobra saída do Reino Unido

Sem a presença do Reino Unido, participam do encontro representantes dos outros 27 estados-membros


	Martin Schulz: os debates de ontem (28) foram marcados por tensão e troca de acusações entre diversos deputados do Parlamento Europeu
 (Eric Vidal / Reuters)

Martin Schulz: os debates de ontem (28) foram marcados por tensão e troca de acusações entre diversos deputados do Parlamento Europeu (Eric Vidal / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 10h34.

Hoje (29), é o segundo dia de reuniões do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para discutir as ações que devem ser tomadas e as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia, após o referendo Brexit da semana passada.

Sem a presença do Reino Unido, participam do encontro representantes dos outros 27 estados-membros. É a primeira vez, em 40 anos, que o Reino Unido não participa das negociações.

Os debates de ontem (28) foram marcados por tensão e troca de acusações entre diversos deputados do Parlamento Europeu.

“Analisamos a realidade dos mercados financeiros; a turbulência da Libra; as agências de classificação rebaixaram dois níveis do Reino Unido. Vivemos tempos turbulentos e não há tempo a perder. O apelo do Parlamento é para que o governo britânico invoque o Artigo 50 [do Tratado de Lisboa] o quanto antes”, disse Martin Schulz, após as discussões dessa terça-feira, em entrevista à EuroparlTV, canal do Parlamento Europeu.

O Artigo 50 do Tratado estabelece que a saída de um país pode levar dois anos e diz que qualquer Estado-Membro que decida retirar-se da União deve notificar a sua intenção ao Conselho Europeu.

“Em função das orientações do Conselho Europeu, a União negocia e celebra com esse Estado um acordo que estabeleça as condições da sua saída, tendo em conta o quadro das suas futuras relações com a União”, destacou Shulz.

Ele disse que o objetivo não é humilhar o Reino Unido e que os receios do governo (britânico) são compreensíveis, mas que devem definir um roteiro para a saída "o quanto antes".

Ontem, em Bruxelas, David Cameron afirmou que o Reino Unido vai notificar a UE sobre a sua decisão quando for necessário e possível. “Esse é o nosso direito soberano de membro da União Europeia."

Schulz comentou que, apesar de não haver nenhum dispositivo no Artigo 50 que obrigue o Reino Unido a iniciar rapidamente a saída da UE, é importante lembrar que a maioria dos britânicos votou pela saída e que é, portanto, fundamental que se dê início às negociações.

Segundo referendo

Quando perguntado sobre a hipótese de inversão do resultado ou de um segundo referendo, Schulz disse que não cabe a ele comentar, mas que considera que a vontade soberana do povo britânico deve ser respeitada.

“Não há roteiro, é algo inédito. Há que se criar um roteiro em conjunto e definir os próximos passos. Se algo mudar durante o processo, podemos debatê-lo.”

“O Reino Unido é um país importante, está no G7 e é membro permanente com veto do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas [ONU]. Anos de incerteza não serão bons para a nossa economia, para a nossa moeda ou para o Mercado Único da UE ou para o mercado do Reino Unido” disse Schulz.

Acompanhe tudo sobre:BrexitEuropaPaíses ricosReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga