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Satélite de monitoração dos gelos polares é lançado

Paris - O satélito russo Cryosat 2, que deve medir com precisão a altitude dos gelos continentais e a profundidade de blocos de gelo flutuantes, foi lançado com êxito nesta quinta-feira do cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão), mais de quatro anos depois do fracasso na tentativa de lançamento do Cryosat 1, informou a Agência Espacial Europeia. […]

Técnico observa o satélite Cryosat 2 em Friedrichshafen, na Alemanha (.)

Técnico observa o satélite Cryosat 2 em Friedrichshafen, na Alemanha (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Paris - O satélito russo Cryosat 2, que deve medir com precisão a altitude dos gelos continentais e a profundidade de blocos de gelo flutuantes, foi lançado com êxito nesta quinta-feira do cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão), mais de quatro anos depois do fracasso na tentativa de lançamento do Cryosat 1, informou a Agência Espacial Europeia.

O objetivo do satélite, o estudo do derretimento dos gelos polares comprovado no hemisfério norte, é chave para compreender o fenômeno do aquecimento climático.

Em 8 de outubro de 2005, a colocação em órbita da primeira versão deste satélite fracassou por causa de uma falha em um motor do foguete russo Rockot, lançando no Oceano Ártico uma joia científica que custou 140 milhões de euros (187 milhões de dólares).

O Cryosat é o terceiro satélite do programa "Planeta Vivo", depois do GOCE, lançado para conhecer o formato exato da Terra através da medição de seu campo gravitacional, e SMOS, que detecta a umidade dos solos e a salinidade dos oceanos.

Ao refletir a luz do sol, a massa branca dos gelos limita a quantidade de calor absorvida pela Terra. As placas de gelo flutuantes atuam diretamente como um isolante, ao reduzir em grande medida as trocas de calor entre o oceano congelado e a atmosfera.


Por último, o derretimento das calotas polares faz subir o nível dos mares em um ritmo que passou do 1,8 mm/anual aos 3 mm/anuais no transcurso do último meio século.

"O gelo cobre 15 milhões de quilômetros quadrados da Terra, o que equivale a 30 vezes a superfície da França. Em torno do pólo norte, a cada ano, uma área equivalente à superfície da Europa se congela e se descongela", explica Michel Verbauwedhe, coordenador dos programas de observação da Terra da Agência Espacial Europeia (ESA).

Os cientistas já dispõem de dados circunstanciais e algumas medições fornecidos por outros satélites, como o Envisat, mas nenhum está especificamente dedicado à observação do gelo.

"A altura muito precisa dos gelos continentais e a espessura dos gelos do mar é (sic) uma dimensão que faltava aos geofísicos", disse Eric Perez, diretor dos programas de observação da Terra na Astrium, construtora do satélite da ESA.

Calculada pela onda refletida dos radares altímetros desenvolvidos pela Thalès Alenia Space, e graças ao instrumento de geolocalização Doris do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), esta espessura será medida com uma precisão de 2 a 5 cm.

"O Cryosat sabe fazer a diferença entre a onda refletida na água e a refletida no gelo que emerge", afirmou Perez. Graças ao princípio de empuxo de Arquimedes, é possível conhecer a espessura do conjunto de banquisas ou icebergs, aproximadamente dez vezes maior do que a parte aparente.

Para garantir sua estabilidade, o Cryosat, que sobrevoará a Terra a 720 km de altitude, é um satélite de 700 quilos bastante compacto, cujos painéis solares, vinculados à estrutura, não se desdobram.

Se tudo correr bem, o Cryosat deve começar a fornecer dados para a comunidade científica a partir de meados do ano. Trezentos cientistas estão interessados nestas informações, afirmou Verbauwedhe.

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