O presidente do Senado, José Sarney: "decisão não se discute, se cumpre" (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2011 às 16h59.
Brasília - A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que adiou para 2012 a aplicação da Lei da Ficha Limpa frustrou a sociedade, que se mobilizou na coleta de assinaturas para propor um projeto com o objetivo “purificar o processo eleitoral”, avaliou hoje (24) o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Segundo ele, decisão “não se discute, se cumpre”. Sarney acrescentou, no entanto, que a medida não deve ter sido bem recebida pelos senadores, que aprovaram o projeto de iniciativa popular por unanimidade, a partir de uma ampla discussão.
Apesar de perder dois senadores, por conta dos efeitos da lei, o PMDB no Senado manterá a maior representatividade na Casa. Hoje, o partido tem 19 senadores. Com a provável saída de Vicentinho Alves (PR-TO) e Marinor Brito (PSOL-PA), os peemedebistas poderão manter esse número, praticamente um quarto da representatividade da Casa, com o ingresso de Marcelo Miranda (TO) e Jader Barbalho (PA), respectivamente.
Deve deixar o Senado Gilvam Borges (PMDB-AP), para dar lugar a João Alberto Capiberibe (PSB-AP). Com isso, os socialistas passarão a ter quatro senadores. “Eu não tenho mais o que fazer, agora é cumprir a decisão do Supremo. Retorno ao estado para trabalhar nas bases do PMDB”, resignou-se Borges.
Gilvam Borges destacou, entretanto, que o caso de Jader Barbalho ainda é uma incógnita. No Pará, o petista Paulo Rocha deverá também reivindicar a vaga, uma vez que já houve “um julgamento anterior” sobre o caso de Barbalho. “Esse deve ser o único caso em que ainda haverá algum imbróglio”, avaliou Borges.
O senador Wilson Santiago (PMDB-PB), segundo vice-presidente da Casa, também pode ter que deixar a vaga para Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Com isso, o PSDB aumentaria a bancada no Senado de dez para 11 parlamentares. O PR, que tem quatro senadores, passaria a contar com três a partir da saída de Vicentinho Alves (TO).