Mundo

Sarkozy finalmente se declara candidato

O presidente espera roubar os holofotes de seu adversário socialista

Sarkozy tem 30% das intenções de voto no 1º turno
 (Michel Euler/AFP)

Sarkozy tem 30% das intenções de voto no 1º turno (Michel Euler/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 11h23.

Paris - Em campanha por várias semanas, mas sem se declarar como candidato, Nicolas Sarkozy vai oficializar na quarta-feira sua entrada na corrida pela Presidência francesa na eleição dos dias 22 de abril e 6 de maio, duelo anunciado entre ele e o socialista François Hollande, favorito nas sondagens.

"Já era tempo disto acontecer (...). Eu prefiro que ele entre em campanha e que as coisas fiquem claras": como o centrista François Bayrou, os candidatos declarados à presidência comemoram o anúncio eminente da candidatura de Nicolas Sarkozy, que marca o início da fase ativa da campanha.

A candidatura de Nicolas Sarkozy não passava de um segredo aberto, mas a data precisa e a forma do anúncio eram objetos de especulações alimentados por sua comitiva.

Até uma fonte próxima ao presidente revelar que na quarta-feira à noite o chefe de Estado anunciará sua candidatura no canal de televisão privado TF1.

Desta maneira, o presidente espera roubar os holofotes de seu adversário socialista, François Hollande, que participará ao mesmo tempo de uma grande reunião pública, a segunda do gênero, em Rouen (Noroeste), sua cidade natal.

"Todo mundo sabia que ele era candidato, isso não muda a situação, não muda nada em minha própria campanha", reagiu François Hollande.

O anúncio da candidatura de Nicolas Sarkozy será seguido por uma viagem a Annecy (centro-oeste), antes de seu primeiro grande comício de campanha em Marselha (sudeste).

A ministra da Ecologia, Nathalie Kosciusko-Morizet, 38 anos, um dos destaques da direita, será a porta-voz da campanha de Nicolas Sarkozy, segundo uma fonte próxima da presidência.

"Qualquer que seja o momento de sua declaração, o presidente da República começará uma das reconquistas mais difíceis" para um presidente em fim de mandato, sublinhou nesta terça-feira o jornal Le Figaro (direita).


De fato, após planejar se declarar apenas no último minuto, meados de março, como fez com sucesso em 1988 o ex-presidente socialista François Mitterrand, Nicolas Sarkozy mudou sua estratégia e acelerou o calendário.

Com 25% das intenções de voto no primeiro turno, ele não sobe nas pesquisas. Ainda está longe de François Hollande (30%), e ainda é ameaçado pela candidata de extrema direita Marine Le Pen (17,5%).

E no segundo turno é esmagado pelo candidato socialista (57,5%), segundo uma pesquisa de opinião do instituto Ifop publicado nesta terça-feira.

Na semana passada, esboçou os contornos de sua linha política para a eleição: oposição ao direito de voto de estrangeiros fora da UE, negação do casamento gay, reforma para restringir os direitos dos trabalhadores, apelo aos valores da família e do trabalho.

Foi imediatamente acusado por seus adversários de "caçar nas terras da extrema-direita". E François Hollande aproveitou a oportunidade para se diferenciar.

"O papel de um candidato não é fazer barulho, não é dividir, não é estigmatizar, não é de se opor, não é criar mais um adversário no país", comentou, prometendo mais uma vez que irá "unir todos os franceses".

Com a aproximação da sua candidatura, o presidente participou de um comício de Christine Boutin, representante da corrente da direita cristã, que elogiou os "valores" que tem em comum com o presidente. Outra reunião está prevista para os próximos dias, o do ex-ministro da Defesa, Herve Morin (centro-direita).

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEuropaFrançaNicolas SarkozyPaíses ricosPolíticos

Mais de Mundo

Imigração dos EUA se desculpa após deter cidadãos americanos que falavam espanhol

EUA congelam financiamento federal para ONGs que atendem migrantes

Trump confirma contatos com Moscou para repatriar vítimas russas de acidente aéreo

Após acidente, Trump ordena revisão de protocolo aéreo e mudanças de contratação feitas com Biden