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Sarkozy e Carla Bruni processarão ex-conselheiro

Ex-presidente da França Nicolas Sarkozy e sua esposa anunciaram que apresentarão denúncia contra a divulgação das conversas gravadas por um ex-conselheiro


	Nicolas Sarkozy e Carla Bruni: trata-se de gravações de conversas entre Sarkozy e sua esposa, nas quais brincam sobre dinheiro e patrimônio
 (Kenzo Tribouillard/AFP)

Nicolas Sarkozy e Carla Bruni: trata-se de gravações de conversas entre Sarkozy e sua esposa, nas quais brincam sobre dinheiro e patrimônio (Kenzo Tribouillard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 09h39.

Paris - O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy e sua esposa, a ex-modelo e cantora Carla Bruni, anunciaram nesta quinta-feira que apresentarão uma denúncia contra a divulgação das conversas gravadas por um ex-conselheiro do ex-chefe de Estado.

Sarkozy e Bruni "não podem aceitar que estas declarações, feitas na intimidade, tenham sido gravadas e divulgadas sem seu consentimento", indicaram seus advogados em comunicado.

Segundo os advogados do ex-casal presidencial, Thierry Herzog e Richard Malka, "a proteção do sigilo das conversas privadas é uma das bases de uma sociedade democrática".

O anúncio de que Sarkozy e Bruni levarão a divulgação dessas conversas aos tribunais ocorre um dia depois do jornal semanal satírico "Le canard enchaîné" e do site "Atlantico" ter publicado trechos de cinco conversas que foram gravadas em 2011 por Patrick Buisson, até então assessor de comunicação Sarkozy.

Trata-se de gravações de conversas entre Sarkozy e sua esposa, nas quais brincam sobre dinheiro e patrimônio, e também conversas entre o presidente e seus colaboradores, nas quais opinam sobre alguns ministros ou sobre a imprensa.

A divulgação das conversas privadas do ex-casal presidencial francês gerou uma grande polêmica na França, onde o primeiro-ministro, o socialista Jean-Marc Ayrault, encorajou Sarkozy a apresentar uma denúncia formal.

Buisson, um antigo jornalista ultraconservador, é considerado um guru da comunicação e foi responsável pela imagem de Sarkozy durante sua infrutífera campanha de reeleição presidencial. Após a repercussão do caso, o ex-conselheiro reconheceu ser o autor das gravações, mas não o de sua divulgação.

Segundo Buisson, ele gravou essas conversas como método de trabalho, para evitar tomar notas, e nunca apagou, sendo que elas terminaram na imprensa porque foram roubadas.

Neste aspecto, o advogado Fujas-William Goldnadel, em declarações ao canal "BFM TV", afirmou que ex-conselheiro de Sarkozy apresentará uma denúncia por roubo para esclarecer "quem está por trás de tudo isto".

No entanto, alguns políticos próximos a Sarkozy assinalaram que ele não tinha consciência de que essas conversas eram gravadas, como Claude Guéant, que foi secretário-geral do Palácio do Eliseu e depois ministro do Interior durante o governo Sarkozy (2007-2012).

"Para mim é uma grande surpresa. Não esperava algo assim. Trata-se de um procedimento incompreensível e inaceitável. Nunca ouvi falar de gravações oficiais e nem vi um gravador sobre a mesa", declarou Guéant.

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