Sapos existem na região graças à enorme incidência de plantas epífitas (Roberto Loffel/Veja SP)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 14h56.
São Paulo - A biodiversidade da Mata Atlântica é tão vasta que boa parte das espécies ainda não foi catalogada. Além disso, cientistas mostram que esta vasta gama de fauna e flora pode reservar também alternativas para o tratamento de doenças.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), orientada pelo engenheiro florestal Carlos Roderjan encontrou em um sapinho, que habita plantas epífitas, como as bromélias, uma toxina útil para o tratamento de doenças neurológicas.
Conforme mostrado pelo biólogo Luiz Fernando Ribeiro em edição do Globo Repórter, alguns destes pequenos animais utilizam esta toxina como mecanismo de proteção. Por ser parecida com a tetrodotoxina, é possível que ela seja utilizada no tratamento de doenças como o Parkinson e o Alzheimer.
Estes sapinhos, como são tratados pelos cientistas, existem na região de Mata Atlântica graças à enorme incidência de plantas epífitas, que nascem nas árvores e costumam acumular água em sua estrutura. Alguns exemplos de plantas deste tipo são as bromélias, as samambaias e as orquídeas.
Segundo o engenheiro florestal Chistopher Blum, as epífitas “formam verdadeiros jardins suspensos. É duro chegar até o topo, mas quando você está lá em cima pode perder muitas horas descobrindo as pequenas orquídeas e as bromélias enormes”.
Blum explica que durante esta expedição ele já subiu em aproximadamente 120 árvores da Mata Atlântica e em alguns casos pode existir até 90 espécies diferentes de plantas que crescem nos galhos. A estimativa é de que a floresta abrigue duas mil epífitas diferentes, que por sua vez servem como habitat para os sapinhos e outros animais que aproveitam a água acumulada para se desenvolver.
Ribeiro foi o responsável por capturar o pequeno sapo, que tem o mesmo tamanho que uma moeda de dez centavos, e foi levado para estudos nos laboratórios da UFPR.