Centro econômico e cultural do país recebeu a desanimadora nota dois, em uma escala de zero a dez (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 15h56.
São Paulo - Uma pesquisa encomendada pelo portal Mobilize Brasil mostrou que, entre nove capitais, São Paulo apresenta a pior mobilidade urbana sustentável. O estudo levou em consideração o impacto ambiental e o bem-estar da população.
Ironicamente, esta avaliação foi divulgada no mesmo dia em que foi inaugurada uma ciclovia na zona sul da cidade. O número de ciclovias ainda é reduzido e desproporcional em relação ao seu tamanho. Além disso, em São Paulo os carros e motos são os transportes mais usados pelos paulistanos. O centro econômico e cultural do país recebeu a desanimadora nota dois, em uma escala de zero a dez.
Entretanto, não é só a capital paulista que deve melhorar suas condições de mobilidade. Belo Horizonte e Porto Alegre também possuem poucas ciclovias. Já em Salvador e Cuiabá as tarifas de ônibus são consideradas caras. Em Natal a preocupação com acessibilidade ainda é ínfima. Brasília por um lado foi elogiada por suas ciclovias, mas por outro sofreu críticas em relação ao alto número de mortes no trânsito. Tais capitais ficaram com notas que variaram entre três e quatro.
Entre as nove cidades do ranking, o Rio de Janeiro sobressaiu-se e ficou em primeiro lugar com nota 7,9. O fato de o transporte coletivo ser o mais utilizado levou a cidade a ser considerada a de menor impacto ambiental. Além disso, foi inaugurado recentemente um programa de implantação de ciclovias, que soma 240 km de vias para bicicletas. Curitiba ficou em segundo lugar, com nota sete, pelo eficiente sistema de transporte coletivo, que inclusive foi elogiada pela revista britânica The Economist.
O portal Mobilize utilizou informações de órgãos governamentais, institutos de pesquisa, universidades e entidades independentes. As cidades de Goiânia (GO), Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Recife (PE) não foram avaliadas por falta de dados.
Entre as características das cidades foram levadas em consideração: a extensão de vias adequadas ao trânsito de bicicletas em relação ao sistema viário, a razão entre a renda média mensal e a tarifa simples de ônibus urbano, a razão entre o número de viagens por modos individuais motorizados de transporte e o número total de viagens, a porcentagem de ônibus municipais acessíveis a pessoas com deficiência física, e mortas em acidentes de trânsito (por cem mil habitantes) por ano.