Presidente colombiano, Juan Manuel Santos quer cooperação do G20 contra as drogas (AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2011 às 09h45.
Paris - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que a Europa deve "fazer mais para diminuir o consumo" de drogas nos países do Velho Continente e ajudar a substituir esses cultivos nos países produtores.
Europa "deve cooperar mais com o resto da cadeia do tráfico de drogas, por exemplo, através de uma ajuda maior às políticas de substituição de cultivos, uma colaboração mais eficaz na luta contra a lavagem de dinheiro", afirmou Santos em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal francês "Le Figaro".
O presidente colombiano, que está de visita em Paris até esta noite, afirmou que a colaboração no combate contra o dinheiro do narcotráfico "é insuficiente por parte do sistema financeiro internacional" e pediu ajuda da França para melhorá-lo durante sua Presidência do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes).
Santos, quem reconheceu que as relações com a França melhoraram após a libertação de Ingrid Betancourt, afirmou que os países devem "compartilhar sua experiência na luta contra as drogas, o narcotráfico, os cartéis e o crime organizado".
O chefe do Estado colombiano assinalou que os sucessos obtidos em seu país "fizeram recuar as atividades delitivas em direção a outros países das América Central e o Caribe" e afirmou que cooperam com esses países e com os africanos, "que se transformaram em ponto de quebra do tráfico em direção a Europa".
Santos se mostrou convencido de poder concluir ao longo deste ano o acordo de livre-comércio com os Estados Unidos, paralisado por "um problema entre republicanos e democratas".
Com relação à cooperação militar, o presidente reconheceu o fracasso do acordo assinado com Washington para a utilização de sete bases militares colombianas pelo Exército americano, mas garantiu que manterá a cooperação entre os países nesse terreno.
Santos assinalou que as relações com a Venezuela são baseadas no "respeito mútuo e na aceitação das diferenças" e que a normalização dos intercâmbios com Caracas "não significa um afastamento dos Estados Unidos, nem o contrário".
"Com Hugo Chávez temos visões diferentes sobre democracia, as liberdades, mas ambos os países temos uma fronteira comum superior a 2 mil quilômetros e, portanto, uma interdependência muito importante", afirmou.