Juan Manuel Santos: "O país precisa de unidade. Temos que deixar para trás o ódio e a polarização que tanto prejuízo nos causa" (John Vizcaino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2016 às 21h28.
Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, confirmou nesta segunda-feira que o chefe da equipe de paz do governo, Humberto de la Calle, e os ministros de Relações Exteriores e de Defesa serão responsáveis por negociar com a oposição a recondução dos diálogos para um acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Santos disse que designou De la Calle, a chanceler María Angela Holguín e o ministro Luis Carlos Villegas para começar as conversas que "permitam abordar todos os temas necessários para ter um acordo e concretizar com sucesso o sonho de toda a Colômbia de terminar a guerra com as Farc".
"O país precisa de unidade. Temos que deixar para trás o ódio e a polarização que tanto prejuízo nos causa", defendeu Santos em um breve discurso na Casa de Nariño, sede do governo, onde realizou uma reunião com líderes políticos.
O encontro, porém, não deve a participação do Centro Democrático, partido liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que fez campanha pelo "não" no referendo que rejeitou o acordo com as Farc.
O presidente deu assim um claro apoio ao chefe da equipe de negociação, que colocou seu cargo à disposição após a derrota do "sim" no consulta aos colombianos sobre o pacto de paz.
Além disso, Santos disse que recebeu "com entusiasmo" a notícia de que o Centro Democrático escolherá três porta-vozes para dialogar e levar adiante os diálogos para um novo acordo com os guerrilheiros.
Em comunicado divulgado previamente, o Centro Democrático anunciou a designação do ex-candidato presidencial Óscar Iván Zuluaga, de seu companheiro de chapa nas eleições de 2014, Carlos Holmes Trujillo, e do senador Ivan Duque para se reunir com os representantes escolhidos pelo governo.
"Vamos continuar. Vamos seguir pondo todo nosso emprenho para deixar às próximas gerações um país em paz, tranquilo, sem conflito armado. O país que é merecido", ressaltou.
Santos afirmou que se reuniu com porta-vozes dos partidos que fazem parte da Unidade para a Paz e com os presidentes do Senado, Mauricio Lizcano, e da Câmara dos Representantes, Miguel Ángel Pinto, para tratar da conjuntura após a derrota no referendo.
"Agradeço a eles pelo apoio para seguir buscando a paz e para estabelecer os diálogos necessários para não jogar no lixo quase seis anos de grandes esforços que culminaram no acordo", disse.
O líder disse no domingo, ao reconhecer o triunfo do "não", que abriria um diálogo político com todos os partidos do país.
"Amanhã mesmo convocarei todas as forças política e, em particular, as que se manifestaram hoje pelo 'não', para escutá-las, abrir espaços de diálogo e determinar o caminho a seguir", completou Santos após a derrota do "sim" no referendo.