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Santa Maria Maior acolhe neste sábado túmulo de Francisco, santuário escolhido por ele em vida

Imponente igreja do século V está localizada no coração de Roma; Pontífice costumava rezar no templo antes e depois de viagens internacionais

Santa Maria Maior guarda relíquias católicas importantes, como fragmentos do berço do menino Jesus (Piero CRUCIATTI/AFP)

Santa Maria Maior guarda relíquias católicas importantes, como fragmentos do berço do menino Jesus (Piero CRUCIATTI/AFP)

Publicado em 26 de abril de 2025 às 09h22.

Última atualização em 26 de abril de 2025 às 09h36.

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A igreja de Santa Maria Maior foi o local escolhido por Papa Francisco para o seu sepultamento. O túmulo foi feito de mármore e terá apenas a inscrição "Francisco". Uma reprodução da cruz peitoral usada pelo Pontífice durante a vida completará o conjunto. O túmulo ficará em um corredor lateral da basílica, próximo ao altar de São Francisco.

Francisco optou por não ser enterrado na cripta da Basílica de São Pedro, onde estão sepultados os Papas há mais de três séculos, salvo exceções. Santa Maria Maior já abriga os restos de outros sete Pontífices, o último deles Clemente IX, em 1669, além de personalidades como o arquiteto Bernini.

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O Papa explicou ao especialista espanhol do Vaticano, Javier Martínez-Brocal, que o túmulo era "um cômodo onde guardavam castiçais", localizado perto da escultura da Rainha da Paz.

“Eu vi e pensei: ‘Esse é o lugar’”, disse o Pontífice, conhecido por sua forte devoção à Virgem Maria, especialmente ao ícone "Salus Populi Romani", atribuído a São Lucas.

A tradição nos conta que o apóstolo usou um pedaço de madeira da mesa usada na Última Ceia ou de uma construída por Jesus que Maria guardou depois de sua crucificação.

História sem planejá-la

Os fiéis poderão visitar o túmulo a partir de domingo, mas já nesta semana a fila era extensa.

Ana Dao, venezuelana de 30 anos, bateu à Porta Santa — aberta excepcionalmente em 2025 para o Jubileu — ao entrar na basílica. Ela viajou à Itália com o marido e os sogros e acabou vivendo a despedida do Papa sem planejá-la.

“Estamos vivendo essa história sem planejá-la”, disse à AFP. “É a transição de um Papa para outro”.

Você se perde facilmente dentro da basílica, uma das quatro papais em Roma. A nave central é cercada por 40 colunas jônicas e mosaicos impressionantes. O teto dourado, diz a tradição, foi feito com ouro da América trazido pela Rainha Isabel, a Católica, no século XV.

A nevasca da Virgem

Santa Maria Maior guarda relíquias católicas importantes, como fragmentos do berço do menino Jesus, preservados em um relicário de cristal de rocha em forma de berço.

A igreja foi construída em 432, a pedido do Papa Sisto III, no Monte Esquilino. Segundo a tradição, o local foi escolhido após uma nevasca milagrosa no dia 5 de agosto, marcando o local da construção.

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