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Sanções contra Irã serão elevadas substancialmente em breve, diz Trump

O presidente Donald Trump acusa o Irã de ter enriquecido urânio secretamente, o que violava o acordo nuclear de 2015

Trump: "Não temos nada a esconder", disse o embaixador do Irã (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: "Não temos nada a esconder", disse o embaixador do Irã (Kevin Lamarque/Reuters)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 10 de julho de 2019 às 14h18.

Última atualização em 10 de julho de 2019 às 14h31.

São Paulo - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou por meio de sua conta no Twitter que irá elevar substancialmente as sanções contra o Irã em breve.

 

"Irã tem sido secretamente "enriquecedor" de urânio, em total violação do terrível acordo de 150 bilhões de dólares feito por John Kerry e o governo Obama. Lembrem, esse acordo expiraria em poucos anos. As sanções serão elevadas em breve, substancialmente!", comentou Trump, referindo-se ao acordo nuclear firmado com EUA e outras potências mundiais em 2015.

O embaixador do Irã, Kazim Gharib Abadi, disse nesta quarta-feira que todas as atividades nucleares do país são monitoradas pelo Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que fiscaliza seu acordo nuclear com grandes potências.

"Não temos nada a esconder", disse Kazim Gharib Abadi a repórteres depois de uma reunião de emergência, convocada pelos Estados Unidos, da diretoria da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), composta por 35 países.

A AIEA declarou em 1º de julho que o Irã havia excedido o teto autorizado de 300 kg de urânio de baixo enriquecimento, e em 8 de julho que havia enriquecido além do máximo permitido de 3,67%.

Rússia

A Rússia e o Irã ironizaram na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a vontade dos Estados Unidos de ver Teerã respeitar o acordo nuclear de 2015, mesmo Washington denunciando o texto unilateralmente no ano passado.

Convocada a pedido dos Estados Unidos após a violação pelo Irã de parte de seus compromissos, uma reunião extraordinária dos governadores da agência da ONU em Viena permitiu que os países europeus signatários do acordo lembrassem seu desejo de ver Teerã respeitar suas obrigações.

"Nosso apoio se baseia no fato de o Irã respeitar plenamente seus compromissos", lembraram o Reino Unido, França e Alemanha em uma declaração conjunta.

Já a embaixadora americana Jackie Wolcott acusou Teerã de uma tentativa de "extorsão nuclear".

Concluído em julho de 2015 pelos europeus, Estados Unidos, Rússia e China, o acordo visa garantir a natureza estritamente pacífica do programa nuclear iraniano em troca de um levantamento de sanções contra a República Islâmica.

"É tristemente irônico que essa reunião tenha sido organizada a pedido dos Estados Unidos, o regime por trás da situação atual", disse o embaixador do Irã na AIEA, Kazem Gharib Abadi.

Um fato "bizarro" também notado pelo representante russo, Mikhail Ulyanov, que ressaltou que depois de julgá-lo "horrível", Washington hoje demonstra que está "ciente da importância" do acordo.

"Pedimos a todos os membros do conselho (de governadores) que condenem veementemente essa política americana destrutiva", acrescentou, estimando que "em primeiro lugar, os Estados Unidos devem abandonar suas tentativas de impor um embargo ao petróleo de Teerã".

De acordo com uma fonte diplomática em Viena, a AIEA indicou aos seus países membros que constatou um nível de enriquecimento de "4,53%", conforme às declarações de Teerã. Este nível permanece longe dos 90% necessários para uso militar, segundo especialistas.

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