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Sanções dos EUA contra Venezuela aumentarão migração, alerta Bachelet

Bachelet afirmou que as últimas sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a Venezuela foram amplas e duras demais

ONU: a comissária afirmou que o aumento das sanções provoca pobreza e gera mais migrações (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

ONU: a comissária afirmou que o aumento das sanções provoca pobreza e gera mais migrações (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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EFE

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 11h25.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 11h35.

Genebra — A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, considera que as últimas sanções ditadas pelos Estados Unidos contra a Venezuela "foram duras" e "amplas demais" e que podem gerar um aumento da migração.

"Se endurecerem ainda mais a única coisa que se pode esperar, infelizmente, é uma maior migração porque irá exacerbar a pobreza", disse a alta responsável em entrevista exclusive à Agência Efe.

Ao comentar sua impressão sobre os contatos revelados entre altos funcionários dos EUA e da Venezuela, Bachelet disse que embora haja diferentes versões sobre essas conversas, o que importa é que "os governos sempre devem estar abertos a conversar com outros para ver como avançar".

A chilena considerou que nesses contatos seria apropriado abordar o assunto das sanções econômicas e seu impacto.

No entanto, disse que esses diálogos de modo algum devem substituir os que devem ser mantidos entre governo e oposição venezuelanas, o que por enquanto não deu os resultados esperados.

"Acredito que sempre é necessário fazer tudo: dialogar com a oposição e gerar todos os cenários possíveis que sejam aceitáveis para as duas partes", comentou.

"É bom que os governos conversem, seja oficialmente ou informalmente, porque sou uma convencida de que o único que não se deve fazer é cortar pontes", acrescentou.

Sobre as conclusões que tirou da visita que realizou em julho à Venezuela e que gerou grande expectativa - embora a impressão deixada é que tinha terminado em uma troca de acusações -, a alta comissária defendeu que o resultado foi "positivo".

"Primeiro porque foram abertos espaços dado que o Escritório do Alto Comissário nunca tinha estado na Venezuela e houve a oportunidade de estar duas semanas em março (uma missão de avançada) e depois minha visita em julho", explicou.

Nessas missões, tantos os especialistas da organização dirigida por Bachelet, como ela mesma, puderam se reunir sem restrições com representantes do Governo, da oposição, da sociedade civil e com parentes de vítimas da violência política.

Durante essa visita, Bachelet insistiu diante das mais altas autoridades na necessidade de uma presença permanente de seu escritório na Venezuela.

Sobre as possibilidades de uma solução para a crise nesse país, a alta comissária disse que mantém a esperança de que se chegue um acordo, mas insistiu que este deve ser "entre venezuelanos" e que a comunidade internacional só pode ser útil para esse fim se favorecer o diálogo entre as partes.

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