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"Salvação Nacional" é vista com pouco entusiasmo em Portugal

Plano para cumprir o resgate financeiro do país, proposto pelo presidente, desperta pouco entusiasmo entre conservadores e rejeição dos socialistas


	Anibal Cavaco Silva: presidente português quer que parlamentares cheguem a um pacto para antecipar as eleições gerais e realizá-las após a conclusão do programa de assistência financeira
 (Alfredo Rocha/Getty Images)

Anibal Cavaco Silva: presidente português quer que parlamentares cheguem a um pacto para antecipar as eleições gerais e realizá-las após a conclusão do programa de assistência financeira (Alfredo Rocha/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 11h57.

Lisboa - O pacto de "salvação nacional" para cumprir o resgate financeiro do país, proposto pelo presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, desperta pouco entusiasmo entre os conservadores, além de ser rejeitado pelos socialistas.

Antes mesmo da abertura do diálogo proposto às três principais forças políticas do país, os partidos conservadores se limitaram a afirmar que estudarão a proposta, enquanto os socialistas evidenciaram sua rejeição "de apoiar ou fazer parte" de um governo que não surja de novas eleições.

Ao pedir aos dois partidos conservadores e à oposição socialista um "compromisso de salvação nacional" que permita a governabilidade do país e a conclusão de seu programa de resgate, prevista para junho de 2014, o presidente português deu uma reviravolta na crise política aberta há dez dias pelas desavenças na coalizão conservadora de governo.

O conservador Cavaco quer que as principais forças parlamentares cheguem também a um pacto para antecipar as eleições gerais em um ano e realizá-las após a conclusão do programa de assistência financeira. No entanto, o presidente português se opõe à convocação imediata do pleito, como pedem todos os partidos da esquerda.

Os socialistas sublinharam que o diálogo proposto pelo chefe de Estado não deve excluir os partidos marxistas do Parlamento, que também defendem as eleições imediatas e rejeitaram o pacto de salvação nacional sugerido por Cavaco.

O presidente deixou claro que Portugal não está sem Governo, ao assinalar que o atual Executivo conservador se "encontra em plenitude de suas funções".

Por outro lado, Cavaco não deu aval ao acordo para recompor a aliança conservadora de governo que foi apresentado na última sexta-feira pelos dois partidos que a integram, o Social Democrata (PSD, centro-direita) e o Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP, democrata-cristão).


Além disso, Cavaco advertiu que, caso o pacto proposto não siga adiante, "encontrarão outras soluções", não detalhadas, embora não tenham as mesmas garantias de estabilidade para o país.

O político conservador, reeleito em 2011 para um segundo mandato de cinco anos como presidente da República e primeiro-ministro, além de líder do PSD entre 1985 e 1995, alertou das repercussões da crise política portuguesa para os juros da dívida, a confiança dos mercados e a imagem externa de Portugal.

"O risco de ser obrigado a pedir um novo resgate financeiro é considerável", admitiu Cavaco, confiante de que esse perigo se agravaria com a instabilidade política surgida com a convocação das eleições imediatas.

O governo de salvação nacional sugerido pelo chefe de Estado fica agora pendente de um diálogo entre os partidos, que reconhece a dificuldade de sua aceitação e para o qual propôs buscar uma "personalidade de prestígio" que o promova.

A iniciativa do presidente deixou no ar a proposição de governo apresentada pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, do PSD, e por Paulo Portas, do CDS-PP, o membro minoritário que dá maioria absoluta à coalizão.

Os dois partidos, no poder desde junho de 2012, anunciaram um acordo para superar seus atritos e as notáveis renúncias, como a do ministro das Relações Exteriores, o próprio Paulo Portas, cujo retorno ao Executivo ascendido a vice-primeiro-ministro também não recebeu o sinal verde do chefe de Estado.

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