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Saída de Raúl Castro marca nova era para direitos humanos em Cuba, diz AI

A Anistia Internacional acredita que a saída de Rául Castro representa um novo momento para os direitos humanos em Cuba

Raúl Castro: após dois mandatos de cinco anos, o presidente cubano deve deixar o cargo na próxima quinta-feira (Alejandro Ernesto/AFP/AFP)

Raúl Castro: após dois mandatos de cinco anos, o presidente cubano deve deixar o cargo na próxima quinta-feira (Alejandro Ernesto/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 16 de abril de 2018 às 11h27.

Londres - A Anistia Internacional (AI) afirmou nesta segunda-feira que o fim do mandato do presidente de Cuba, Raúl Castro, deve representar "o anúncio de uma nova era para os direitos humanos" na ilha.

A organização publicou hoje seu roteiro para o novo governo cubano com o título "Transformar o enfrentamento em diálogo", com o qual ilustra como melhorar o histórico de Cuba no que diz respeito aos direitos humanos.

Após completar dois mandatos de cinco anos, Raúl Castro entregará a Presidência de Cuba na próxima quinta-feira, momento que, segundo a AI, será uma "oportunidade histórica" para "estabelecer um diálogo essencial e construtivo sobre o futuro de Cuba".

A diretora para as Américas da AI, Erika Guevara, disse que o novo presidente deve "consolidar os progressos em Cuba em matéria de direitos humanos, em áreas como o acesso à assistência médica e à educação".

A representante da ONG, organização que tem vetada a entrada no país caribenho há quase 30 anos, defendeu que Cuba "deve abordar as restrições que persistem sobre o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica".

Além disso, Erika apontou que as autoridades "devem garantir os direitos de toda a população cubana", inclusive os dos que "criticam o governo".

Para isso, é preciso "acabar rapidamente com a censura, colocar o sistema de justiça penal em consonância com as normas internacionais e abordar a discriminação em todas as suas formas", opinou a diretora.

Segundo a AI, continuam acontecendo "detenções e atos de intimidação e assédio contra ativistas e jornalistas independentes" e, nos últimos três anos, no mínimo 11 pessoas teriam sido presas "unicamente pela expressão pacífica de suas convicções".

A ONG propõe em sua agenda de direitos humanos para Cuba a adoção de 15 medidas concretas em cinco áreas chave para fazer frente aos "prementes desafios pendentes há muito tempo que o novo governo deve considerar prioritários".

Tais medidas incluem a necessidade de o governo de Cuba estabelecer uma "relação construtiva" com os observadores internacionais de direitos humanos e a realização de reformas que garantam a liberdade de imprensa, assim como a elaboração de uma legislação integral contra a discriminação.

A permissão para poder inscrever em cartórios todas as associações cívicas e o reforço da independência do Poder Judiciário são algumas das outras reivindicações da AI, que também reitera seu pedido para que seja suspenso o embargo dos Estados Unidos a Cuba.

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