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Saiba as lições dos homens do dinheiro na COP18

Para encorajar investimentos de larga escala em soluções de baixo carbono de melhor custo-benefício, as tecnologias bem vistas são a solar e a eólica offshore


	A pedido do presidente da COP18 e primeiro ministro do Qatar, Abdullah Bin Hamad Al-Attiyah, os representantes das Maldivas e da Suíça organizaram uma reunião extraordinária
 (Divulgação/COP18/CMP8)

A pedido do presidente da COP18 e primeiro ministro do Qatar, Abdullah Bin Hamad Al-Attiyah, os representantes das Maldivas e da Suíça organizaram uma reunião extraordinária (Divulgação/COP18/CMP8)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 16h20.

São Paulo - No penúltimo dia de negociações da 18ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas (COP18), em Doha, a pressão para fechar acordos gerou muitas conversas oficiais e extraoficiais sobre dinheiro.

A pedido do presidente da COP18 e primeiro ministro do Qatar, Abdullah Bin Hamad Al-Attiyah, os representantes das Maldivas e da Suíça, respectivamente Mariyam Shakeela e Bruno Oberle, organizaram uma reunião extraordinária, sem hora para acabar, com a missão específica de tratar de recursos financeiros.

A pressão também veio de fora, com manifestações por escrito, como a carta-aberta dos investidores que circulou entre os negociadores.

Endereçada aos “governos das maiores economias do mundo”, o documento é assinado por Donald MacDonald, Jack Ehnes, Frank Pegan, Alexandra Tracy, Nick Robbins, Karsten Loeffles e Wolfgang Engsruber, em nome de uma coalizão global das redes de investidores, cujos ativos, somados, superam US$ 22,5 trilhões.

Eles listaram, na carta, diversos exemplos de leis, regulamentações e medidas com o objetivo de cortar emissões e/ou estimular o uso da energia limpa, para demonstrar como as políticas bem desenhadas podem atrair os chamados investimentos de baixo carbono. Ou, em outras palavras, por qual tipo de política/tecnologia/ação eles estariam dispostos a colocar a mão no bolso.

Para conseguir investimentos em metas claras de reduções de emissões em curto prazo (2015), médio prazo (2020-2025) e longo prazo (2030-2050), os exemplos elencados são os do Reino Unido (UK Climate Change Act), da Coreia do Sul (Green New Deal) e do Estado da Califórnia (Global Warming Solutions Act).

Para encorajar investimentos de larga escala em soluções de baixo carbono de melhor custo-benefício, as tecnologias bem vistas são a solar (já que o custo das células fotovoltaicas caiu quase 50% em 2011) e a eólica offshore (pois o preço das turbinas eólicas instaladas no mar ficou de 5 a 10% mais barato no ano passado).

Os investidores ainda sugerem aos negociadores que estabeleçam políticas públicas transparentes e alinhadas com o ciclo de vida dos investimentos (em geral, superiores a uma década).

E citam casos de sucesso da Alemanha e da Austrália. Também pedem que aproveitem as lições do mercado de carbono para eleger as alternativas de redução de emissões mais baratas, citando a União Europeia (Emissions Trading Scheme) como modelo. Além de recomendar o alinhamento das políticas econômica, energética e de transportes para aumentar a confiança dos investidores no compromisso governamental, como fez a China (12th Five Year Plan).

Como se os exemplos estivessem suficientemente claros, os investidores concluem o documento instigando as nações mais ricas a entrarem num novo diálogo com eles para “apressar a transição para uma economia de baixo carbono”.

E agora? Conseguirão nossos protagonistas, os negociadores, aproveitar as sugestões de quem detém o poder do dinheiro?

Cá da galera nos limitamos à torcida…

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