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Sabe quem venceu as eleições legislativas nos Estados Unidos? As mulheres

Antes das eleições de terça-feira, as mulheres constituíam 20% do Congresso. Mas isso mudará a partir de 2019

Ilham Omar, de Minnesota, eleita para a Câmara dos Representantes pelo Partido Democrata: mulheres bateram recorde de vitórias em 2018 (Eric Miller/Reuters)

Ilham Omar, de Minnesota, eleita para a Câmara dos Representantes pelo Partido Democrata: mulheres bateram recorde de vitórias em 2018 (Eric Miller/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de novembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 10 de novembro de 2018 às 06h00.

As mulheres conquistaram mais assentos do que nunca na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, depois de um número recorde de candidatas em todo o país, impulsionadas pela oposição democrata ao presidente Donald Trump.

Pelo menos 96 mulheres haviam sido eleitas para a Câmara até esta quarta-feira de manhã. Isso supera o recorde de 84 mulheres estabelecido pelo atual Congresso. As mulheres poderiam, na melhor das hipóteses, ganhar um assento no Senado, e assim bateriam o recorde de 23 mulheres agora nessa Casa.

Antes das eleições de terça-feira, as mulheres constituíam um recorde de 20 por cento do Congresso -- 23 por cento do Senado e 19 por cento da Câmara.

Mais mulheres do que antes se candidataram às eleições primárias deste ano, principalmente democratas. Muitas foram incentivadas pelo tratamento dado por Trump às mulheres e pelo movimento #MeToo, juntamente com as consequências mais amplas da eleição de 2016, em que Hillary Clinton, a primeira candidata à presidência por um partido importante, foi atacada por seu gênero.

A maioria dos americanos considera que o número recorde de candidatas para o Congresso é algo bom, mas há menos consenso sobre se acham que as coisas vão mudar com mais mulheres eleitas, de acordo com uma pesquisa do Pew Research Center.

“As mulheres democratas em particular e as mulheres independentes, as mulheres progressistas e as mulheres de classe alta foram claramente energizadas pela vitória de Trump e sua presidência de uma forma negativa”, disse a pesquisadora democrata Celinda Lake. A lição que elas aprenderam da eleição anterior foi que “se Donald Trump é presidente, qualquer um pode ser presidente, então eu deveria me candidatar também, pelo menos para o Congresso ou para uma legislatura estadual”.

Recordes

Agora também há mais governadoras. Mulheres foram eleitas recentemente em Michigan, em Dakota do Sul, no Novo México, no Kansas e no Maine, elevando o número total de mulheres nos Executivos estaduais para nove e igualando o recorde estabelecido em 2004. A democrata Janet Mills, do Maine, e a republicana Kristi Noem, de Dakota do Sul, serão as primeiras governadoras nesses estados.

“Nada é mais saudável para o nosso país, para a nossa política e para a nossa campanha do que a maior participação das mulheres no processo eleitoral”, disse Nancy Pelosi, que está a caminho de ser nomeada pelos democratas para a presidência da Câmara, no mês passado à CNN.

O recorde de vitórias de mulheres na terça-feira não aconteceu só nas candidaturas para o Congresso, mas para todos os cargos, o que poderia prepará-las para concorrer a cargos mais altos no futuro.

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