Mundo

Ryan se distancia de Trump e rejeita convidar Putin ao Congresso dos EUA

A posição do presidente da Câmera dos EUA, que é do mesmo partido de Trump, mostra a falta de apoio do presidente sobre sua relação com Putin

Um convite para uma sessão conjunta é algo que reservamos para aliados, disse Ryan (/Kevin Lamarque/Reuters)

Um convite para uma sessão conjunta é algo que reservamos para aliados, disse Ryan (/Kevin Lamarque/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 24 de julho de 2018 às 15h20.

Washington - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não será convidado a discursar no Congresso norte-americano se aceitar o convite do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para visitar Washington, disse o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Paul Ryan, nesta terça-feira, dizendo tratar-se de um privilégio reservado aos aliados.

Os comentários de Ryan, um republicano assim como Trump, refletem o contínuo desconforto entre parlamentares norte-americanos, mesmo dentro do próprio partido de Trump, sobre o apoio do presidente a Putin após a cúpula de 16 de julho entre os dois líderes em Helsinque.

Ryan disse que não vê problemas nos encontros de Trump com líderes estrangeiros como Putin, mas afirmou que a mensagem transmitida durante essas conversas é o que importa.

"Se a mensagem for 'pare de se intrometer em nosso país, pare de violar nossa soberania', então eu apoio. Mas é a mensagem que conta", disse Ryan a repórteres, acrescentando que "sempre podemos ser mais firmes quanto a isso".

Questionado sobre o convite de Trump a Putin, Ryan afirmou que o líder russo não terá a chance que alguns líderes estrangeiros tiveram de discursar em uma sessão conjunta da Câmara e do Senado dos EUA.

"Nós certamente não lhe faríamos um convite para uma sessão conjunta", acrescentou Ryan. "Isso é algo que reservamos para aliados."

Trump enfrentou críticas de republicanos e democratas sobre seu desempenho na cúpula com Putin. Em uma coletiva de imprensa conjunta após o encontro, Trump deu crédito às negativas de Putin sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016 nos EUA, apesar das descobertas da comunidade de inteligência norte-americana sobre as ações de Moscou. Putin também disse a jornalistas que queria que Trump vencesse a eleição contra a candidata democrata Hillary Clinton.

Trump mais tarde disse que se expressou mal na entrevista e que aceita as conclusões da inteligência dos EUA de que a Rússia interferiu na eleição, mas classificou a cúpula como um sucesso e convidou Putin a visitar Washington no outono, e no final de semana chamou a interferência russa na eleição de "uma grande farsa".

Sem fornecer evidências, Trump disse nesta terça-feira, no Twitter, acreditar que a Rússia pretende influenciar as eleições parlamentares de novembro em favor dos democratas e não dos republicanos.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)RússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'