Rússia: "Já observamos tentativas de ingerência estrangeira e acreditamos que haverá outros" (Danita Delimont/Getty Images)
AFP
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 20h50.
Última atualização em 26 de janeiro de 2018 às 20h50.
Deputados russos denunciaram nesta sexta-feira tentativas de ingerência estrangeira na campanha eleitoral russa, a dois meses das presidenciais, fazendo referência sobretudo a publicações "parciais" na imprensa estrangeiros.
"Já observamos tentativas de ingerência estrangeira e acreditamos que haverá outros", assegurou à AFP o senador Andrei Klimov, que dirige a comissão para a defesa da soberania da Rússia no Conselho de la Federação, a câmara alta do Parlamento russo.
A medida que as eleições de 18 de março se aproximam, nos que o presidente Vladimir Putin aparece como favorito, essas tentativas se produzem "de forma maciça se tornam sistemáticos", lamentou, convergindo com as preocupações expressas nos últimos meses por vários deputados e senadores russos.
Segundo Klimov, "os meios empregados são diferentes, mas o objetivo é simples: mudar a situação política na Rússia".
"Até agora [a comissão] detetou e comprovou 10 pontos de ingerência nos assuntos da Síria", que vão "de ações através das 'chamadas ONGs' a uma politização inaceitável do esporte", acrescentou.
Suas declarações chegam em um momento em que as relações entre Rússia e Ocidente estão em seu nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria, especialmente pela crise ucraniana e as acusações de ingerência russa nas eleições presidenciais americanas.
Além disso, a Rússia foi suspensa dos Jogos Olímpicos de Inverno deste ano no Comitê Olímpico Internacional devido a um amplo escândalo de dopagem. O presidente Putin sugeriu que as acusações de dopagem institucional foram orquestradas pelos Estados Unidos para prejudicar o desenvolvimento da eleição presidencial russa.
O carismático blogueiro anticorrupção Alexei Navalni, considerado o principal opositor ao Kremlin, convocou seus partidários a se manifestar no domingo por toda a Rússia para denunciar a "estafa" das eleições presidenciais de 18 de março.