Parte da fuselagem do Boeing 777 da Malaysia Airlines, em Donetsk, Ucrânia (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 11h23.
Moscou - A agência federal de aviação russa criticou nesta terça-feira a Holanda por perder muito tempo durante as investigações da queda do avião da Malaysia Airlines, em que 298 pessoas morreram, em 17 de julho na cidade ucraniana de Donetsk.
"Infelizmente, não podemos deixar de reconhecer que se perdeu muito tempo e que há uma série de dados que ficaram difíceis de analisar. Falamos da investigação das partes de corpos", disse Oleg Storchevoy, subchefe do órgão à agências de notícias locais.
Storchevoy, que é representante da Rússia na comissão internacional que investiga a tragédia, classificou de "preliminar" o relatório apresentado pela junta holandesa de segurança que aponta para a hipótese de que a aeronave foi derrubada.
"Também não se pode falar agora da total integridade dos detroços do avião, em condições de acesso livre permanente e contínuos combates", garantiu.
Em todo caso, o subchefe da agência insistiu na importância de investigar o "local da catástrofe e os restos do aparelho", assim como realizar "análise patológicos e anatômicos" dos corpos das vítimas.
"Sem toda essa informação também não será possível falar de conclusões preliminares sobre as causas da catástrofe", garantiu.
O funcionário russo garantiu que o documento divulgado hoje "é só um começo de um trabalho árduo".
Por sua parte, Piotr Deinekin, representante do Conselho Público da agência federal de aviação russa se disse "assombrado" pelas conclusões das autoridade holandesas.
"Para estabelecer o fato de que o boeing estava em estado precisava levar tanto tempo? Se já estava claro que não havia nenhuma dúvida do ponto de vista técnico", afirmou.
Na opinião de Deinekin, a "Holanda atua de maneira pouco sólida, tirando conclusões sem investigar os destroços do avião".
"A comissão atua claramente sob a pressão de algum tipo de força que tenta ocultar as autênticas razões da tragédia", disse o representante, que denunciou tentativas de culpar a Rússia.
Segundo o relatório, o Boeing 777-200 explodiu no ar, provavelmente como consequência de danos estruturais causados por "um grande número de projéteis que penetraram no aparelho desde o exterior".
Segundo a porta-voz da junta holandesa, Sara Vernooij, disse à Agência Efe, o relatório final será divulgado no meio do próximo ano.