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Rússia vai reforçar arsenal nuclear com mais de 40 mísseis

"Este ruído de sabres nuclear da Rússia é injustificado, desestabilizador e perigoso"


	Vladimir Putin: o presidente russo investiu imensas somas para renovar as forças armadas, que eram pobres e desfuncionais, até converter o exército e indústria militar russa em uma "locomotiva para a inovação"
 (Maxim Zmeyev/Reuters)

Vladimir Putin: o presidente russo investiu imensas somas para renovar as forças armadas, que eram pobres e desfuncionais, até converter o exército e indústria militar russa em uma "locomotiva para a inovação" (Maxim Zmeyev/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 16h06.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira que reforçará seu arsenal nuclear com a mobilização de mais de 40 novos mísseis intercontinentais até o fim do ano, um gesto classificado de "ruído de sabres" pela ONU.

A declaração foi feita após a divulgação da notícia de que os Estados Unidos planejam reforçar sua mobilização militar no leste da Europa.

"Neste ano, mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais capazes de resistir aos sistemas de defesa antiaérea mais sofisticados serão mobilizados nas forças nucleares russas", afirmou Putin no salão militar "Exército-2015", nos arredores de Moscou.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que as declarações de Putin faziam parte de um perigoso padrão de comportamento de Moscou.

"Este ruído de sabres nuclear da Rússia é injustificado, desestabilizador e perigoso", afirmou Stoltenberg após um encontro com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

A Rússia tem aproximadamente 7.500 ogivas nucleares, segundo o Stockholm International Peace Research Institute, das quais 1.780 estão mobilizadas em mísseis ou em bases militares.

Em comparação, os Estados Unidos têm 7.300 cabeças, 2.080 das quais estão mobilizadas.

A crise na Ucrânia elevou as tensões entre a Rússia e o Ocidente a um ponto desconhecido desde o fim da Guerra Fria.

A Polônia e outros países do leste europeu se mostraram alarmados com a anexação pela Rússia da península ucraniana da Crimeia em 2014.

Kiev e seus aliados acusam Moscou de enviar tropas e armamento para apoiar os separatistas do leste da Ucrânia, mas a Rússia sempre negou estas afirmações.

- Informações de mobilização americana -

Devido à crise ucraniana, a Otan decidiu colocar em andamento exercícios dirigidos pelos Estados Unidos nos Estados Bálticos e na Polônia, que começaram no início do mês.

O jornal New York Times informou no último fim de semana que o Pentágono estava pronto para mobilizar armamento pesado e mais de 5.000 soldados americanos em vários países do leste da Europa e nos países bálticos para conter a ameaça russa.

Se a proposta for aprovada, será a primeira vez desde a Guerra Fria em que Washington leva armamento pesado - incluindo tanques de batalha - a países membros da Otan que já estiveram sob influência soviética.

A Polônia disse no domingo que está em negociações com os Estados Unidos para determinar sua postura a respeito.

A secretária da força aérea americana, Deborah Lee James, afirmou que Washington pode mobilizar caças F-22 na Europa para manter Moscou à distância, afirmou Wall Street Journal na segunda-feira.

O ministério das Relações Exteriores russo se pronunciou contra esta medida: "os Estados Unidos estão alimentando a tensão e os medos de seus aliados europeus antirrussos, também porque planeja utilizar as tensões atuais para expandir sua presença militar e fortalecer sua presença na Europa".

O vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, acusou a Otan de "empurrar (Moscou) a uma corrida armamentística", segundo a agência estatal RIA Novosti.

Putin investiu imensas somas para renovar as forças armadas, que eram pobres e desfuncionais, até converter o exército e indústria militar russa em uma "locomotiva para a inovação". Este fato e seus movimentos na Ucrânia levaram muitas nações vizinhas a acreditarem que a Crimeia pode ser apenas a primeira meta conquistada pela política de expansionismo de Moscou.

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