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Rússia tacha de "absurda" informação sobre nuvem radioativa após explosão

Explosão durante teste militar deixou 7 cientistas mortos e teria feito os índices de radiação aumentar

Vladimir Putin: "Não posso dizer nada, não sei de quais estações se trata e daí é o que devem ou não devem de transmitir" (Alexander Zemlianichenko/Reuters)

Vladimir Putin: "Não posso dizer nada, não sei de quais estações se trata e daí é o que devem ou não devem de transmitir" (Alexander Zemlianichenko/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de agosto de 2019 às 16h12.

Última atualização em 20 de agosto de 2019 às 16h14.

Moscou — O Kremlin tachou nesta terça-feira de "absurda" a informação sobre a suposta aparição de uma nuvem radioativa no norte da Rússia depois da explosão em 8 de agosto em um polígono militar da região.

"Isso já por si é bastante absurdo", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, ao comentar a publicação nas redes sociais de um mapa sobre como a suposta nuvem radioativa gerada no acidente nas imediações de Severodvinsk, a principal base naval russa no Ártico, se deslocou.

Segundo fontes oficiais, o fato causou a morte de sete pessoas, entre eles cinco engenheiros da agência atômica Rosatom, deixou vários feridos e provocou alarme entre a população local.

O secretário-executivo da Organização para a Proibição Total de Testes Nucleares, Lassina Zerbo, denunciou previamente que várias estações de monitoração da radioatividade na Rússia deixaram de transmitir dados após o acidente e publicou no Twitter um mapa com o deslocamento "potencial" da nuvem que teria sido gerada após a explosão.

Na imagem é possível ver uma mancha de radioatividade que se expande com o tempo até chegar a cobrir vastos territórios nos Urais, na Sibéria Ocidental e até no Cazaquistão.

Ao comentar o trabalho das estações de monitoração, Peskov afirmou que "isso não é competência" do Kremlin.

"Não posso dizer nada, não sei de quais estações se trata e daí é o que devem ou não devem de transmitir", disse Peskov, citado pela agência "RIA Novosti".

Além disso, pediu que sejam ouvidas as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, que afirmou nesta segunda-feira que "não há nenhum perigo e nem aumento de radiação" após a explosão no polígono militar da Marinha russa.

"Enviamos especialistas ao local, incluídos especialistas independentes, que estão controlando a situação", afirmou Putin durante uma visita à França.

O líder russo acrescentou, no entanto, que tais medidas foram tomadas para que "não haja nenhuma surpresa".

A entidade russa encarregada de assuntos ambientais, Rosguidromet, admitiu na semana passada um breve aumento de radiação nas imediações do local onde ocorreu o acidente e a aparição de uma "nuvem de gases radioativos inertes" que se dissolveu "rapidamente" devido às condições meteorológicas.

Embora os pormenores do acidente no polígono militar russo e o tipo da arma testada tenham sido mantidos em segredo, alguns veículos de imprensa sugeriram que trata-se do míssil de cruzeiro Burevestnik (Albatroz), dotado de propulsão nuclear.

Putin apresentou esse míssil, da mesma forma que outras armas do novo arsenal estratégico do país, durante seu discurso sobre o estado da nação em março de 2018.

Vários veículos de imprensa russos afirmaram que os médicos do hospital onde foram internados os feridos nem sequer foram avisados que tratava-se de um incidente radioativo e eles mesmos chegaram a apresentar posteriormente níveis de radiação mais elevada do que o normal.

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