Rússia: país registrou 33.208 novos casos. (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 16 de outubro de 2021 às 12h47.
A Rússia superou neste sábado (16) pela primeira vez desde o início da pandemia as 1.000 mortes por covid-19 em 24 horas, em um momento em que a vacinação se encontra estagnada e não há restrições sanitárias.
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Segundo o balanço oficial do governo, foram registradas 1.002 mortes e 33.208 novos casos, dois recordes pelo terceiro dia consecutivo.
A Rússia é o país da Europa mais afetado pelo coronavírus.
A nova onda de casos chegou com apenas 31% dos russos completamente vacinados até este sábado, segundo o site Gogov, que coleta os dados de covid-19 das regiões.
A ausência de restrições rígidas permitiu que o vírus se propague descontroladamente, embora várias regiões tenham restabelecido a obrigação de passaportes sanitários com códigos QR para acessar lugares públicos.
O governo russo descartou aplicar restrições importantes, apesar de classificar a taxa de vacinação do país como "inaceitavelmente" baixa.
Nessa semana o governo comunicou que as autoridades devem garantir que "a economia siga funcionando".
O governo afirmou que o sistema de saúde da Rússia está preparado para receber o crescente número de pacientes e insistiu que não está "sobrecarregado".
As autoridades culparam os russos pelo aumento da epidemia.
O ministro da Saúde, Mikhaíl Murashko, criticou nesta semana seu "comportamento", enquanto o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que foi feito todo o possível para dar aos russos a oportunidade de "salvar suas vidas tomando a vacina".
Também se considera que a propagação do vírus é facilitada pelo escasso respeito às normas de distanciamento social.
"As pessoas no nosso país têm o costume de contar com seus próprios recursos do que obter ajuda de outros. Eu mesmo faço parte desse tipo de pessoa", disse neste sábado Alexei Kuznetsov, um empresário de 48 anos, nas ruas de Moscou.
As pesquisas de opinião independentes mostram que mais da metade dos russos não planeja se vacinar.
A Rússia desenvolveu sua própria vacina contra a covid-19, a Sputnik V, e o Estado impulsionou uma campanha de vacinação que teve um eco limitado diante de uma população cética.
A Rússia registrou até este sábado 222.315 mortes por covid-19, o número mais alto na Europa, mas as autoridades são acusadas de subestimarem os números.
A partir de uma definição mais ampla de mortalidade relacionada ao vírus, a agência de estatísticas Rosstat afirmou na sexta-feira que até o final de agosto mais de 400.000 pessoas na Rússia morreram por causa da pandemia.