O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, participa da Reunião Ministerial Conjunta GCC-Rússia para o Diálogo Estratégico, no Secretariado do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) em Riad, em 9 de setembro de 2024 (FAYEZ NURELDINE/AFP/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 10h29.
Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 11h20.
A Rússia assegurou nesta quarta-feira, 6, que não tem ilusões em relação ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ao mesmo tempo em que prevê maiores tensões civis na sociedade americana com seu regresso à Casa Branca.
“Não temos ilusões em relação ao presidente americano eleito, que é bem conhecido na Rússia, e com a nova composição do Congresso, onde, segundo dados preliminares, os republicanos prevaleceram”, afirma um comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo.
A nota oficial recorda que as elites políticas nos EUA, independentemente da sua filiação política, defendem políticas “anti-russas” e a “contenção de Moscou”, embora a pasta de Exteriores russa tenha garantido que trabalhará com a nova administração assim que esta se instalar na Casa Branca.
Nesse sentido, acrescentou que manterá essa posição “defendendo com dureza os interesses nacionais russos” e concentrando-se em alcançar “todos os objetivos estabelecidos pela operação militar especial” na Ucrânia.
“As nossas condições são invariáveis e são bem conhecidas em Washington”, ressaltou a nota, em alusão às garantias de segurança exigidas pelo Kremlin.
Por outro lado, a chancelaria russa considera que a vitória de Trump reflete o “descontentamento” com a gestão do presidente em fim de mandato, Joe Biden, e prevê um agravamento do conflito social.
“Pode-se esperar que o regresso de Donald Trump provoque maior tensão interna e um endurecimento dos lados opostos”, afirmou.
Ao mesmo tempo em que acusou os democratas de recorrerem a um recurso administrativo contra o candidato republicano, destacou que Trump optou pelos problemas que preocupam os eleitores, ou seja, a economia, a imigração ilegal e as políticas contrárias à globalização.
“Isso, no entanto, não altera a profunda divisão civil nos Estados Unidos, onde o eleitorado está praticamente dividido ao meio. Na verdade, é um antagonismo entre estados democratas e republicanos e também apoiadores de valores progressistas e tradicionais”, destacou.
Anteriormente, o Kremlin declarou que não sabia se o presidente russo, Vladimir Putin, felicitaria Trump por sua vitória nas eleições presidenciais.