Mundo

Rússia retomará conversas com EUA sobre desarmamento nuclear

"Este é um encontro muito importante e de grande responsabilidade", considerou o vice-ministro das Relações Exteriores russo

Nuclear: a comissão sobre o desarmamento está há muito tempo sem se reunir (Sergei Supinsky/AFP/AFP)

Nuclear: a comissão sobre o desarmamento está há muito tempo sem se reunir (Sergei Supinsky/AFP/AFP)

E

EFE

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 14h21.

Moscou - A Rússia anunciou nesta quinta-feira que retomará na próxima semana em Genebra as conversas com os Estados Unidos sobre o tratado de eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcance, conhecido como INF.

"Este é um encontro muito importante e de grande responsabilidade", considerou Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores russo, à agência "Interfax".

O diplomata reconheceu que, devido à tensão nas relações bilaterais, a comissão sobre o desarmamento está há muito tempo sem se reunir.

"Está claro que Moscou e Washington têm muitas reivindicações a fazer um ao outro em relação ao cumprimento do acordo. As reivindicações mútuas serão o assunto mais importante, já que nós temos muitas a mais para os EUA em matéria de conteúdo e quantidade do que os norte-americanos em relação a nós", declarou.

Moscou acusou Washington de violar o tratado ao mobilizar elementos de seu escudo antimísseis em países europeus como a Romênia, dando a entender que esses passos ameaçam a segurança da Rússia e alteram o equilíbrio estratégico.

Nos últimos anos, a Rússia ameaçou em várias ocasiões denunciar o INF, tachado como "anacrônico" pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Em resposta ao escudo antimísseis e aos planos dos EUA de conseguir "a superioridade militar" sobre a Rússia, Putin anunciou que seu país reforçará seu arsenal nuclear e, em particular, "os sistemas ofensivos capazes de superar qualquer escudo".

"As referências à ameaça dos mísseis iranianos e norte-coreanos simplesmente ocultam os autênticos planos e seu verdadeiro objetivo, que é neutralizar o potencial estratégico e nuclear de outros países", disse.

Na opinião do líder russo, o principal alvo do escudo é a Rússia e seu arsenal nuclear, que inclui a aviação estratégica, os mísseis intercontinentais e os submarinos atômicos, trio que permite que Moscou mantenha a paridade estratégica com os Estados Unidos.

Os planos militares dos Estados Unidos e a expansão da Otan rumo às fronteiras da Rússia são as principais ameaças incluídas na doutrina militar aprovada em dezembro de 2014 por Putin.

O INF levou à eliminação em 1991 de todos os mísseis balísticos e de cruzeiro de meio e curto alcance de URSS e EUA durante a Guerra Fria.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)RússiaTestes nucleares

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA