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Rússia responde com bombardeios a ataque com gás tóxico na Síria

Rebeldes sírios são acusados de terem realizado, na véspera, um ataque com "gás tóxico" - na cidade de Aleppo

Ao lado de bandeira da Síria, um soldado do regime sírio gesticula após tomarem controle de bairro al-Sakhour em Aleppo no dia 28/11/2016  (Insight Mideast-Crisis/Syria-Aleppo-Fall Sana/Handout/Reuters)

Ao lado de bandeira da Síria, um soldado do regime sírio gesticula após tomarem controle de bairro al-Sakhour em Aleppo no dia 28/11/2016 (Insight Mideast-Crisis/Syria-Aleppo-Fall Sana/Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 25 de novembro de 2018 às 16h31.

A Rússia bombardeou neste domingo posições dos rebeldes sírios - acusados de terem realizado, na véspera, um ataque com "gás tóxico" - na cidade de Aleppo, controlada pelo governo, que causou 100 casos de problemas respiratórios entre a população civil.

"Os aviões da Força Aérea russa realizaram ataques", anunciou o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, citado pela agência de notícias estatal Tass, acrescentando que "todos os alvos dos combatentes rebeldes foram destruídos".

Em um país destruído desde 2011 por uma guerra que já causou mais de 360 mil mortes, os rebeldes, assim como o regime de Bashar al-Assad, foram acusados em várias ocasiões de terem usado armas químicas, proibidas pelo direito internacional.

Representantes do governo de Bashar al-Assad acusaram "grupos terroristas" de terem atacado na noite de ontem a cidade de Aleppo sem fazerem distinção entre jihadistas e rebeldes.

O chefe de polícia de Aleppo, Essam al-Chili, afirmou à agência Sana que "os grupos terroristas atacaram os bairros residenciais com foguetes que continham gases tóxicos, provocando casos de asfixia entre os civis".

Citando "fontes médicas", a agência oficial Sana informou que, durante a noite deste sábado, foram registrados "107 casos de asfixia". A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) citou "94 casos de problemas respiratórios".

 'Denúncias falsas' 

Desde o fim de 2016, Aleppo, a grande cidade do norte da Síria, está sob controle total do regime do presidente Bashar al-Assad, mas algumas áreas nas proximidades são controladas por grupos rebeldes e jihadistas.

A Frente de Libertação Nacional, principal grupo rebelde nas províncias de Aleppo e Idlib, negou envolvimento no suposto ataque com gás tóxico. "Desmentimos as denúncias falsas do regime sobre um ataque contra Aleppo que teria sido executado pelos revolucionários com a ajuda de projéteis com gás de cloro", afirmou em um comunicado o porta-voz da coalizão rebelde, Naji Moustapha. Segundo ele, "apenas o regime criminoso e seu grupo possuem estas armas e as utilizam na Síria".

 'Pretexto

Ao longo do conflito, Damasco foi acusada pelos rebeldes, mas também pela ONU e pelas potências ocidentais, de usar armas químicas, fato sempre negado por autoridades sírias.

Sobre o incidente em Aleppo, o principal negociador da oposição síria no exílio, Nasr al-Hariri, acusou o governo de responsabilizar os rebeldes para "ter um pretexto para lançar uma operação militar no norte da Síria".

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