Mundo

Rússia rejeita saída de Assad como condição para acordo

EUA, potências europeias e estados árabes insistem na renúncia de Assad

O presidente sírio Bashar al-Assad durante a entrevista ao canal Russia Today
 (Russia Today/AFP)

O presidente sírio Bashar al-Assad durante a entrevista ao canal Russia Today (Russia Today/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2013 às 11h45.

Moscou - A Rússia informou neste sábado que apoia o enviado internacional de paz Lakhdar Brahimi, mas insistiu que a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, não pode ser uma pré-condição para negociar o fim do conflito no país.

Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, emitido após negociações com Estados Unidos e Brahimi na sexta-feira --a quem o governo sírio classificou de "claramente tendencioso--, reiterou os apelos para o fim da violência na nação, onde mais de 60 mil pessoas morreram desde março de 2011.

Em um encontro de Genebra com Brahimi e o vice-secretário de Estados dos EUA, William Burns, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, "expressou firme apoio à missão de Brahimi como enviado da ONU e da Liga Árabe na Síria".

Mas Assad parece mesmo ter sido o centro do encontro. Estados Unidos, potências europeias e estados árabes insistem que o presidente precisa renunciar para acabar com a guerra civil.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou: "como antes, nós apoiamos firmemente a tese de que as questões sobre o futuro da Síria devem ser decididas pelos próprios sírios, sem interferência externa ou imposição de receitas de desenvolvimento preparadas previamente".

A Rússia é a potência que mais tem apoiado Assad durante os quase 22 meses de conflito. Ao lado da China, o país bloqueou três resoluções no Conselho de Segurança da ONU --apoiadas pelo Ocidente e por países árabes-- que tinham a intenção de pressionar Assad ou tirá-lo do poder.

Em Genebra, a Rússia pediu por um "processo político de transição", baseado em um acordo entre potências internacionais firmado em junho passado.

Brahimi, que tenta estabelecer o acordo firmado em Genebra em 30 de junho, encontrou-se três vezes com diplomatas russos e norte-americanos desde dezembro, e conversou com Assad em Damasco.

A Rússia e os EUA discordam sobre o que o acordo de junho significava para Assad. Washington diz que o tratado foi um claro sinal de que o presidente deveria renunciar, mas Moscou não vê dessa forma.

Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, afirmou que houve progresso para se chegar a um ponto comum durante o encontro de sexta-feira, mas não deu maiores detalhes.

Moscou diz que não está defendendo Assad e, com os rebeldes ganhando terreno na guerra, deu indicações de que está se preparando para a possível saída dele do poder. Contudo, os russos insistem que ele não deve ser derrubado por potências estrangeiras.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaONURússiaSíria

Mais de Mundo

Suécia endurecerá legislação sobre armas após tiroteio com 11 mortos

Payroll: EUA criam 143 mil empregos em janeiro, abaixo do esperado

Famílias de reféns insistem para que Netanyahu negocie 2ª fase da trégua em Gaza

Governo Trump processa Chicago por dificultar trabalhos de deportação