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Rússia reforçará presença na Crimeia devido conflito

O ministro da Defesa russo anunciou que presença militar na Crimeia será reforçada, devido o conflito ucraniano


	Forças russas: razões para aumento da presença militar são, em grande parte, internas
 (Alexey Kravtsov/AFP)

Forças russas: razões para aumento da presença militar são, em grande parte, internas (Alexey Kravtsov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 14h21.

Moscou - O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou nesta terça-feira planos para reforçar a presença militar russa na península da Crimeia, devido ao conflito na Ucrânia e ao aumento do desdobramento de forças estrangeiras perto da fronteira nacional.

"Desde o início do ano, a situação político-militar no sudoeste mudou drasticamente. Agora, uma das prioridades será desdobrar um contingente militar autônomo no lado crimeano", disse às agências locais.

Shoigu explicou que as razões para o aumento da presença militar são, em grande parte, internas, "pela ampliação do território do distrito militar sul após a entrada da Crimeia na Rússia" em março, mas também externas.

"Além disso, a situação na Ucrânia se radicalizou consideravelmente, uma vez que aumentou a presença militar estrangeira perto de nossas fronteiras", explicou.

O ministro se referia à decisão da Otan de reforçar a presença no Leste Europeu, no Báltico e no Mar Negro após a anexação da Crimeia pela Rússia e devido ao papel de Moscou no conflito entre forças governamentais e rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.

"Tal situação nos obrigou a introduzir mudanças concretas no trabalho diário do comando do distrito. O objetivo é garantir a segurança da Federação Russa no território do ente federado da Crimeia", ressaltou Shoigu.

Recentemente, Sergei Meniailo, governador de Sebastopol, porto que acolhe a frota russa do Mar Negro na Crimeia, garantiu que um esquadrão de caças Su-30 já se encontra estacionado no aeroporto de Belbek, antiga base ucraniana.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou o Ocidente de utilizar a crise no leste da Ucrânia para reanimar a Aliança Atlântica e ampliar as forças da Otan na Europa Oriental.

"A crise da Ucrânia, que foi, certamente, provocada e criada por alguns de nossos parceiros, agora é utilizada para a reanimação de seu bloco militar", afirmou.

Para o embaixador russo na Otan, Aleksandr Grushko, a decisão de criar forças de reação rápida como elemento de dissuasão contra a Rússia é um fator mais desestabilizador que a presença permanente de tropas aliadas no Báltico e no Mar Negro.

Para a Rússia, a Otan optou por reviver o espírito da Guerra Fria, já que encontrou de novo sua razão de ser no antagonismo com a Rússia.

O secretário-geral aliado, Anders Fogh Rasmussen, disse nesta terça que a Otan não reconhece as eleições locais do último domingo na Crimeia e Sebastopol e lembrou à Rússia que a anexação desses territórios ucranianos é "ilegal e ilegítima".

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