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Rússia recorrerá de decisão holandesa sobre tesouros da Crimeia

Coleção, que inclui gemas, capacetes e bainhas de espada, estava emprestada ao Museu Allard Pierson de Amsterdã quando a Rússia anexou a península em 2014

Bandeiras da Ucrânia e da Rússia: ribunal holandês determinou que só países soberanos podem reivindicar objetos como heranças culturais (bloomberg/Bloomberg)

Bandeiras da Ucrânia e da Rússia: ribunal holandês determinou que só países soberanos podem reivindicar objetos como heranças culturais (bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 12h25.

Moscou - A Rússia irá recorrer da decisão de uma corte da Holanda que determinou que uma coleção inestimável de artefatos de ouro da Crimeia que estava emprestada a um museu da Holanda deve ser devolvida à Ucrânia, disse o diretor do Museu Hermitage, de São Petersburgo.

A coleção, que inclui gemas, capacetes e bainhas de espada, estava emprestada ao Museu Allard Pierson de Amsterdã quando a Rússia anexou a península da Crimeia em 2014. Museus da Ucrânia e da Crimeia vêm disputando seu destino desde então.

Na quarta-feira, um tribunal holandês determinou que só países soberanos podem reivindicar objetos como heranças culturais, e que como só a Ucrânia, e não a Crimeia, é soberana, cabe a uma corte ucraniana decidir pedidos de posse conflitantes.

Mikhail Piotrovsky, diretor do Museu Hermitage e uma das mais destacadas figuras do meio cultural russo, disse em uma coletiva de imprensa ocorrida após o veredicto que advogados de seu país estão se preparando para recorrer.

A decisão do tribunal holandês desconsiderou garantias dadas aos museus da Crimeia de que os artefatos lhes seriam devolvidos, disse.

"As coisas de um museu da Crimeia pertencem a um museu da Crimeia. Isso é justo, porque foram encontradas naquela terra", afirmou Piotrovsky.

Ele disse que a decisão holandesa é parte do que chamou de tendência crescente de usar reivindicações de tesouros culturais em nome de outros objetivos.

"É importante que existam direitos culturais, e não (só) direitos de governos e indivíduos", disse.

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