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Rússia pretende boicotar encontro de segurança nuclear

A decisão de Moscou fere os esforços iniciados pelo presidente Barack Obama para reduzir a possibilidade de ameaças terroristas com armas nucleares


	Vladimir Putin: relutância de Moscou para acatar a iniciativa norte-americana já era aparente
 (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

Vladimir Putin: relutância de Moscou para acatar a iniciativa norte-americana já era aparente (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2014 às 15h20.

Viena - A Rússia informou aos Estados Unidos que pretende boicotar o Encontro de Segurança Nuclear de 2016, afirmaram diplomatas nesta terça-feira à Associated Press.

A decisão de Moscou fere os esforços iniciados pelo presidente Barack Obama para reduzir a possibilidade de ameaças terroristas com armas nucleares e representa um novo entrave às relações entre os dois países.

Os diplomatas disseram que o governo russo enviou a Washington e às demais nações participantes uma nota afirmando que planejava não participar do encontro.

Moscou já não havia enviado representantes para uma reunião de planejamento do evento, ocorrida na semana passada, nos Estados Unidos.

Uma das fontes diz ainda que o documento expressa a oposição do país ao evento devido à sua suposta natureza política.

Segundo a nota, qualquer encontro sobre segurança nuclear deve ocorrer em um nível técnico e não ser convocada por um único país, mas pela Organização das Nações Unidas por meio da sua agência de energia atômica.

A Rússia já havia participado de reuniões no passado, mas o diplomata afirma que Moscou já fazia reservas em relação à última reunião, realizada em março, em Haia.

De acordo com a fonte, a decisão do governo russo decorre de "mudanças na atmosfera política", ou seja, relativas às tensões entre Rússia e Estados Unidos na Ucrânia.

A presença de representantes russos é importante tanto pelo país ser uma potência mundial quanto por ser uma das nações com a maior quantidade de materiais nucleares.

Sua ausência encorajaria outros países céticos a resistir às pressões para que haja fiscalização de suas instalações nucleares, ao mesmo tempo em que estimula outras nações não envolvidas a se manterem longe do diálogo.

No último encontro, 35 países discutiram a possibilidade de transformar diretrizes internacionais de segurança nuclear em leis nacionais e de abrir seus procedimentos para proteger instalações nucleares para avaliação independente.

O encontro também se encerrou com compromissos de países como a Itália, Japão e Bélgica para reduzir seus estoques de urânio enriquecido e plutônio.

A relutância de Moscou para acatar a iniciativa norte-americana já era aparente. A Rússia se recusou a apoiar o acordo entre os países, bem como China, Índia e Paquistão - todos os quatro possuem armas nucleares. Fonte: Associated Press.

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