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Rússia pede que Facebook e Google proíbam anúncios políticos em eleição

A agência estatal Roskomnadzor afirmou que o não cumprimento da solicitação seria visto como uma intromissão nos assuntos soberanos do país

Facebook: rede social recebeu pedido da Rússia para período de eleições (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

Facebook: rede social recebeu pedido da Rússia para período de eleições (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 14h57.

Última atualização em 6 de setembro de 2019 às 15h01.

Moscou — A agência estatal russa Roskomnadzor disse nesta sexta-feira, 6, que pediu ao Facebook e ao Google que proibissem a publicação de anúncios políticos durante as eleições de domingo e no dia anterior, de acordo com a lei russa.

A Rússia realizará várias eleições regionais no domingo, inclusive em Moscou.

O não cumprimento seria visto como uma intromissão nos assuntos soberanos da Rússia, afirmou o órgão.

Eleições

Os russos vão às urnas neste domingo (8) eleger seus representantes municipais e regionais, após uma campanha muito agitada, durante a qual Moscou lançou mão de uma das maiores operações de repressão judicial contra manifestantes em quase uma década.

A presidente da Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova, foi agredida em casa ontem à noite por um homem que a atacou com um taser (pistola elétrica), anunciou a Polícia nesta sexta-feira.

Eleições municipais e regionais acontecem em todo país, mas todas as atenções estarão voltadas para a capital russa, palco de uma onda de manifestações, detenções e prisões nos últimos meses.

Segundo os analistas, os resultados serão acompanhados de perto, na antessala das eleições legislativas de 2021.

Desde meados de julho, acontecem manifestações praticamente todos os fins de semana em Moscou contra a proibição de candidaturas da oposição ao Parlamento da capital russa.

Estas concentrações - a maioria não autorizada pelo governo - terminaram em cerca de 2.700 detenções. Trata-se de um número inédito desde as manifestações de 2011 e 2012 que antecederam o retorno de Putin à Presidência, após um mandato como primeiro-ministro.

Segundo a diretora do "think tank" R.Politik, Tatiana Stanovaia, a campanha para as eleições locais refletiu um afastamento crescente entre as autoridades preocupadas com preservar o status quo e uma parte da população que pede uma mudança política.

"As eleições locais em Moscou questionam a capacidade das autoridades de aceitarem esta nova realidade", explica esta cientista política à AFP.

"Agem e pensam como no passado. Putin pensa que está tudo bem", completou.

O poder central prendeu boa parte dos candidatos da oposição que queriam participar das eleições em Moscou. Vários manifestantes também foram castigados com duras penas, de até quatro anos de prisão.

A Justiça condenou um homem a cinco anos de prisão por um tuíte, em que incitava o ataque a filhos de policiais.

"Voto de protesto"

Cerca de 7,2 milhões de eleitores são esperados nas urnas no domingo para eleger os 45 deputados do Parlamento de Moscou. Nesta Casa, o partido de Putin, Rússia Unida, tem uma ampla maioria ligada ao prefeito moscovita, Sergei Sobyanin.

Nenhum candidato se apresenta, porém, com as cores do Rússia Unida, que está vendo sua popularidade atingir mínimos históricos.

O opositor Alexei Navalni, de 43 anos, pediu aos habitantes de Moscou que "votem de forma inteligente", ou seja, apoiando os mais bem posicionados para derrotar os candidatos pró-Putin. A maioria deles é representante do Partido Comunista russo.

Mais de cinco mil eleições serão realizadas no domingo na Rússia, onde serão escolhidos 16 governadores e os representantes de 13 parlamentos regionais. Entre eles, está o da Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

"É inaceitável que se tente desacreditar nosso trabalho", indignou-se Ella Pamfilova, garantindo que as eleições serão justas.

Segundo ela, várias candidaturas da oposição foram rejeitadas por terem falsificado assinaturas e por entregarem documentos errados.

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