Mundo

Rússia pede que Conselho da ONU estude aliviar sanções à Coreia do Norte

Grupo vem aprovando reforços nas sanções de forma unânime desde 2006 com objetivo de cortar financiamento do programa nuclear norte-coreano

ONU: Washington acusou a Coreia do Norte de violar um teto de sanções da organização ao petróleo refinado (Shannon Stapleton/Reuters)

ONU: Washington acusou a Coreia do Norte de violar um teto de sanções da organização ao petróleo refinado (Shannon Stapleton/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 18 de julho de 2018 às 16h05.

Moscou/Nações Unidas - O enviado da Rússia para a Coreia do Norte disse nesta quarta-feira que seria lógico abordar a questão do alívio das sanções impostas ao país recluso no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) agora que os Estados Unidos estão defendendo o fim das exportações de petróleo refinado para Pyongyang.

"A mudança positiva na península coreana é óbvia agora", disse o embaixador Alexander Matsegora, segundo a agência de notícias RIA, acrescentando que a Rússia está disposta a ajudar a modernizar o sistema energético da Coreia do Norte se as sanções forem suspensas e se Pyongyang puder conseguir fundos para a modernização.

O Conselho de Segurança da ONU vem aprovando reforços nas sanções de forma unânime desde 2006 com a meta de cortar as fontes de financiamento dos programas nuclear e de mísseis balísticos norte-coreanos, proibindo exportações como as de carvão, ferro, chumbo, têxteis e frutos do mar e limitando as importações de petróleo e derivados de petróleo refinado.

No final do mês passado a China tentou induzir o Conselho de Segurança a emitir um comunicado louvando a reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, em Cingapura no dia 12 de junho e expressando sua "disposição de ajustar as medidas para a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país) à luz da obediência da RPDC às resoluções".

Mas os EUA vetaram o comunicado em 28 de junho, dadas as "conversas muito delicadas e em andamento entre os Estados Unidos e a RPDC neste momento", disseram diplomatas. No mesmo dia o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, conversou com seu homólogo chinês, Wang Yi, sobre a importância da aplicação das sanções.

Pompeo deve atualizar os enviados do Conselho de Segurança, assim como da Coreia do Sul e do Japão, informalmente na sexta-feira.

Diplomatas dizem acreditar que nessa ocasião Pompeo enfatizará a necessidade de manter a pressão sobre a Coreia do Norte.

Em um tuíte desta quarta-feira, Trump disse ter obtido uma promessa do presidente russo, Vladimir Putin, de ajudar a negociar com Pyongyang, mas não explicou como, e ainda disse: "Não há pressa, as sanções permanecem!"

Na semana passada Washington acusou a Coreia do Norte de violar um teto de sanções da ONU ao petróleo refinado fazendo transferências ilícitas entre navios em pleno mar, e exigiu o fim imediato de todas as vendas do combustível.

Os EUA encaminharam a queixa ao comitê de sanções à Coreia do Norte do Conselho de Segurança, que deve decidir até quinta-feira se instruirá todos os países-membros da ONU a suspenderem todas as transferências de petróleo refinado para Pyongyang.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteRússiaConselho de Segurança da ONU

Mais de Mundo

Comício de político e ex-astro do cinema deixa 40 mortos na Índia

Trump ameaça demissões em massa caso governo paralise

Trump insinua um avanço nas negociações de paz no Oriente Médio

Prefeito de Nova York, Eric Adams, desiste de disputar reeleição