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Rússia pede esclarecimentos aos EUA por indiciamento de advogada

A advogada russa que se reuniu com o filho de Trump durante a campanha das eleições de 2016 é acusada de lavagem de dinheiro

EUA-Rússia: Moscou considera que o caso contra a advogada faz parte da campanha "anti-Rússia" dos EUA (Leonhard Foeger/Reuters)

EUA-Rússia: Moscou considera que o caso contra a advogada faz parte da campanha "anti-Rússia" dos EUA (Leonhard Foeger/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 15h25.

Moscou - A Rússia pediu nesta sexta-feira aos Estados Unidos que explique de maneira "clara" as acusações em um caso de lavagem de dinheiro contra Natalia Veselnitskaya, a advogada russa que se reuniu em 2016 com o filho mais velho do presidente Donald Trump e seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort.

"Se transformou em um hábito de funcionários americanos abrir ações penais contra cidadãos russos com base em acusações vagas. Esperamos uma explicação clara e articulada das acusações que pesam contra Veselnitskaya", afirmou hoje em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Moscou considera que o caso contra a advogada faz parte da campanha "anti-Rússia" dos EUA e é uma "vingança" contra Veselnitskaya, que afirmou hoje à agência russa "Interfax" que defenderá sua inocência nos tribunais americanos, mas que não arriscará uma viagem para Nova York para não se transformar em uma "refém".

Veselnitskaya era a advogada que representava a imobiliária Prevezon em um caso nos EUA no qual a promotoria tentou provar que seus clientes tinham recebido e lavado parte dos lucros de um plano de fraude tributária na Rússia, avaliado em mais de US$ 200 milhões, que envolvia funcionários russos.

A promotoria americana pretendia recuperar milhões de dólares em ativos, principalmente em imóveis em Nova York, que tinham sido supostamente utilizados para a lavagem de dinheiro.

O esquema fraudulento foi descoberto na Rússia pelo advogado Sergei Magnitski, que morreu em 2009 em uma prisão em Moscou.

Magnitski foi contratado pelo investidor britânico-americano William Browder, que conseguiu em 2012 a aprovação por parte dos EUA da conhecida como "Lei Magnitski", que permite sancionar, entre outros, cidadãos russos por violações dos direitos humanos.

O caso americano foi elaborado com informação proporcionada por Browder, inimigo do presidente russo Vladimir Putin, e que enfrenta outra ação penal na Rússia, cujas autoridades pediram sua detenção à Interpol.

Segundo Zakharova, a advogada russa "revelou os depoimentos falsos do vigarista William Browder, que os políticos de Washington utilizaram como base para a Lei Magnitski".

Veselnitskaya, que enfrenta uma possível condenação de até 10 anos de prisão, é conhecida pela reunião que manteve na Trump Tower com o filho mais velho do presidente americano, além de seu genro e seu chefe de campanha na época, quando buscavam informações que poderiam prejudicar sua adversária na corrida presidencial, a candidata democrata Hillary Clinton.

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