Vladimir Putin: "alguns órgãos estatais públicos russos" estariam envolvidos nos fatos de outubro (Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 13h11.
Moscou - O Kremlin rejeitou totalmente nesta segunda-feira as acusações sobre o envolvimento de estruturas do governo russo em um suposto plano de golpe em Montenegro em outubro do ano passado para impedir a entrada do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Dia após dia, constatamos acusações absurdas contra a Rússia, e dia após dia as rejeitamos", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, ao comentar as declarações do promotor de Montenegro Milivoje Katnic.
Segundo Katnic, o Ministério Público de Montenegro tem conhecimento que "alguns órgãos estatais públicos russos" estiveram envolvidos nos fatos de outubro.
"Cabe à Rússia investigar como isso aconteceu e eu espero eles o façam", disse o promotor, citado pelo jornal montenegrino "Vijesti".
O porta-voz do Kremlin garantiu que a "Rússia não se intrometeu, não se intromete nem se intrometerá em assuntos internos de outros Estados, principalmente de países como Montenegro, com quem possuem boas relações".
"Lamentamos que altos funcionários (montenegrinos) apresentem tais acusações. São palavras muito sérias para serem ditas sem base de dados fidedignos. Isto é, no mínimo, uma irresponsabilidade", disse Peskov.
Segundo o promotor montenegrino, um membro dos serviços de segurança russos, identificado como Eduard Sismakov, liderou o grupo que supostamente preparava ataques terroristas durante as eleições parlamentares de 16 de outubro de 2016.
A investigação em curso inclui 25 pessoas e a acusação formal poderia ser apresentada em meados de abril, segundo Katnic.
Montenegro, um pequeno país no sudoeste da Europa, é candidato a entrar para a União Europeia e espera completar ainda este ano o processo de adesão à Otan.