Dmitri Peskov: "Não sabemos nada", disse o porta-voz da Presidência russa (Sergei Karpukhin/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de julho de 2017 às 11h16.
Última atualização em 14 de julho de 2017 às 11h57.
Moscou - O Kremlin negou nesta sexta-feira conhecer o ex-agente de inteligência soviética que segundo a emissora "NBC" acompanhou a advogada russa Natalia Veselnitskaya em sua reunião com o filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Não sabemos nada", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, questionado sobre se no Kremlin conhecem a pessoa que segundo a "NBC" também esteve na polêmica reunião do ano passado.
Ainda que a "NBC" não tenha dado o nome do suposto ex-agente, alguns meios em Moscou perguntaram a Peskov se tratava-se de Rinat Ajmetshin, um "lobista" estabelecido em Washington que se dedica a assessorar e ajudar oligarcas russos.
Segundo a imprensa dos Estados Unidos, o ex-agente soviético tem dupla nacionalidade russa e americano e é atualmente membro de um grupo de pressão que defende interesses russos nos EUA.
Em declarações à revista "Politico" em novembro, Ajmetshin reconheceu ser um oficial aposentado da contraespionagem soviética, mas assegurou que já não tinha relação com Moscou.
Além disso, alguns funcionários americanos suspeitam que o ex-agente segue mantendo laços com a inteligência russa, de acordo com a emissora, que lembrou que Veselnitskaya disse nesta semana que na reunião tinha sido acompanhada por um homem a quem não identificou.
Investigações jornalísticas nos Estados Unidos identificaram Ajmetshin como o homem que tratou de impedir a aprovação no Congresso da Ata "Magnitski", uma lei que impõe sanções contra funcionários russos supostamente envolvidos na morte em prisão em 2009 do advogado Sergey Magnitski.
Aparentemente, Ajmetshin tentou demonstrar que Magnitski - preso por evasão de impostos, após denunciar uma trama de corrupção nas altas esferas políticas da Rússia - era realmente culpado e também ajudou empresários russos a recuperar seus ativos congelados nos Estados Unidos.
O filho mais velho de Trump reconheceu que esperava obter em sua reunião com Veselnitskaya informações comprometedoras sobre Hillary Clinton, a rival democrata de seu pai nas eleições presidenciais de novembro do ano passado.