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Rússia não planeja importar cereais apesar da queda da colheita

País negou informação de que vai precisar importar cereais do Casaquistão devido a seca que afeta a produção

País viu sua produção diminuir em 15 milhões de toneladas no ano (AFP/Yuri Kadobnov)

País viu sua produção diminuir em 15 milhões de toneladas no ano (AFP/Yuri Kadobnov)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2010 às 09h20.

Moscou - A Rússia, afetada por uma seca sem precedentes, não tem a intenção de importar cereais este ano, apesar da queda esperada da colheita desse grão, declarou nesta sexta-feira à AFP um porta-voz do ministério da Agricultura, desmentindo assim informações da imprensa no sentido contrário.

Na véspera, o jornal econômico russo Vedomosti havia informado que a Rússia poderá importar ao menos cinco milhões de toneladas de cereais, em particular do Cazaquistão, em 2010-2011.

"Não temos a intenção de importar cereais, e não mantemos nenhuma negociação com o Cazaquistão", declarou Oleg Aksenov.

A informação do jornal provocou que o preço do trigo voltasse a disparar nos mercados mundiais.

A Rússia, terceiro exportador mundial de trigo, anunciou há duas semanas uma suspensão de suas exportações deste cereal e seus produtos derivados a partir de meados de agosto, em função da queda das colheitas.

As estimativas de colheita de trigo para este ano foram reduzidos pelo governo russo a 70-75 milhões de toneladas, ao invés da média anual de 90 milhões, segundo a agência RIA Novosti.

Este anúncio fez com que os preços mundiais do trigo tocassem níveis recordes, depois de ser alvo de um aumento constante nas últimas semanas. A Rússia exportou no ano passado 21,4 milhões de toneladas de cereais.

A Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu recentemente que se os preços dos grãos continuarem disparando, poderá haver problemas de segurança alimentar nos países pobres.

Nos primeiros quatro meses de 2008, os preços das matérias-primas para a elaboração de alimentos subiu 53% com relação ao mesmo período de 2007, afetando aos países mais pobres e provocando revoltas na África, Caribe e Ásia.

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