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Rússia intensifica medidas de segurança para eleições

Mais de 380 mil policiais zelarão pela segurança e a ordem pública durante o dia de votação em todo o país

O grande favorito à vitória nas urnas, o ex-presidente e primeiro-ministro russo Vladimir Putin, optou nesta quinta-feira por interromper o combate eleitoral (Alexey Druzhinin/AFP)

O grande favorito à vitória nas urnas, o ex-presidente e primeiro-ministro russo Vladimir Putin, optou nesta quinta-feira por interromper o combate eleitoral (Alexey Druzhinin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 11h11.

Moscou - A Rússia adotará medidas de segurança especiais para as eleições presidenciais do próximo domingo, enquanto os candidatos realizam nesta quinta-feira os últimos atos da campanha eleitoral, marcada por protestos e denúncias de fraude.

Mais de 380 mil policiais zelarão pela segurança e a ordem pública durante o dia de votação em todo o país, segundo anunciou o Ministério do Interior.

Em declarações concedidas à imprensa, o número dois da pasta, Aleksandr Gorovoy, detalhou que as forças da ordem contarão com a ajuda de cerca de 30 mil voluntários e de um número aproximado de funcionários de empresas de segurança.

Gorovoy acrescentou que no próximo sábado, dia anterior à votação, os 94.332 colégios eleitorais habilitados em todo o país serão inspecionados com ajuda de equipes técnicas especiais e cães adestrados para a detecção de explosivos.

'Como em ocasiões anteriores, serão empregados detectores de metal. Também haverá guardas permanentes que só sairão (dos colégios eleitorais) depois que os votos forem retirados', disse o número dois do ministério, citado pela agência 'Interfax'.

O grande favorito à vitória nas urnas, o ex-presidente e primeiro-ministro russo Vladimir Putin, optou nesta quinta-feira por interromper o combate eleitoral e se concentrar em seu trabalho como governante.

Na véspera, o chefe do governo russo rebateu a oposição, à qual acusou de preparar uma falsa fraude para depois denunciar às autoridades e deslegitimar o processo eleitoral.

Putin, a quem as pesquisas atribuem uma cômoda vitória no primeiro turno, com cerca de 60% dos votos, chegou inclusive a acusar os opositores de procurar 'um mártir entre seus nomes de maior destaque para depois culpar o poder'.

As declarações de Putin foram criticadas nesta quinta pelo magnata e único candidato independente Mikhail Prójorov, em sua página no Facebook.

'Em uma situação de tensão política, como a que é vivida por conta das eleições, as autoridades não devem agravar ainda mais o quadro', escreveu o bilionário.


Prójorov, a quem as pesquisas situam em terceiro ou quarto lugar entre os cinco candidatos, ressaltou que 'as autoridades devem lembrar que, segundo a Constituição, são elas, e não a oposição, que têm a responsabilidade de garantir a segurança dos cidadãos'.

O candidato do Partido Comunista da Rússia (PCR), Gennady Ziuganov, se deslocou nesta quinta à cidade de Vladimir, a cerca de 200 quilômetros ao leste da capital russa, para se reunir com seus partidários.

O número dois do PCR, Nikolai Melnikov, afirmou em Moscou que seu partido, cujo candidato figura em segundo lugar nas intenções de voto, está convencido de que caso as eleições sejam limpas Putin não conseguirá ganhar no primeiro turno.

'Temos certeza de que se as eleições forem limpas e transparentes é inevitável a realização de um segundo turno', disse Melnikov, citado pela agência 'Interfax', em reunião com observadores eleitorais de Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (Pace).

O dirigente comunista disse aos observadores que não se pode confiar nas pesquisas, pois os centros sociológicos russos 'fazem parte do sistema e servem às autoridades' e têm como objetivo 'preparar a população para o resultado que será anunciado em 5 de março'.

O candidato do partido de tendência social-democrata Rússia Justa, Sergei Mironov, viajou à cidade de Yekaterimburgo, conhecida como a capital dos Urais, enquanto o ultranacionalista Vladimir Jirinovski visitou a Universidade de Medicina Pirogov. 

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